Jacareacanga, município localizado no extremo sudoeste paraense, na fronteira com o Amazonas e Mato Grosso, tem sido palco de disputas cada vez mais violentas entre garimpeiros ilegais e indígenas da etnia Munduruku.
Nas últimas semanas, os conflitos no território Munduruku se acirraram, com a presença de garimpeiros armados impedindo a circulação de indígenas no interior da Terra Indígena Munduruku. No dia 25 de março, a sede da Associação das Mulheres Munduruku, Wakoborũn, foi destruída durante uma manifestação de garimpeiros e de uma minoria indígena. O prédio teve a fachada destruída. Os criminosos atearam fogo em documentos, móveis e outros materiais da associação, segundo indígenas relataram ao Ministério Público Federal (MPF), que abriu apuração sobre o caso.
MPF quer fim de ataques de garimpeiros a povo Munduruku
Aumenta tensão entre indígenas e garimpeiros no Pará
Com o objetivo de adquirir uma nova casa para abrigar a entidade, a Associação de Docentes da UFPA (Adufpa) e a Associação das Mulheres Munduruku lançaram uma campanha para arrecadar recursos. O movimento já conseguiu arrecadar cerca de R$ 20 mil.
Docentes e outras pessoas podem fazer contribuições individuais
A campanha segue junto a organizações sindicais e associações populares. Gilberto Marques, diretor geral da Adufpa na gestão encerrada no último dia 20 de maio, lembra que, além das entidades, qualquer pessoa pode contribuir.
“Qualquer doação é muito importante. Essa é uma luta de todos nós e é parte da defesa da Amazônia, tão agredida nesses anos de avanço do neofascismo”, conclui.
As doações são recebidas em conta bancária da Associação das Mulheres Munduruku Wakoborũn:
Banco: Bradesco
Agência: 0759-5
Conta Poupança: 38295-7
CNPJ: 30.024387/0001-87
Ao fazer sua doação, envie a comprovação para o WhatsApp (91) 9 8883-0968 ou para o e-mail [email protected].
A terra indígena Munduruku é a segunda que mais sofreu com as invasões promovidas pela mineração ilegal. A conclusão consta no estudo “Ameaças Ambientais às Terras Indígenas da Amazônia”, elaborado pelo Centro de Ciência do Sistema Terrestre do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), que aponta também o elevado índice de desmatamento na região. A invasão da terra indígena Munduruku ocorre há, pelo menos, duas décadas, mas a tensão na área vem aumentando nos últimos três anos, com diversos episódios de violação dos direitos indígenas.
O MPF abriu investigações para apurar os ataques praticados contra o povo Munduruku e cobra providências das autoridades, porém, até o momento, não há ações mais efetivas de combate à mineração ilegal na região.
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