Amamentar é um dos momentos mais delicados do puerpério (período após o nascimento do bebê). Quando têm oportunidade, algumas mulheres buscam se preparar para a chegada da criança e pós-parto, porém com a amamentação, ainda que haja preparo, em cada nascimento a experiência é única. Nesta quarta-feira (19) é o Dia Nacional de Doação de Leite Humano, uma atitude de generosidade que ajuda a salvar pequenas vidas.
Jacileia Barbosa viveu a diferença de 13 anos entre o nascimento das duas filhas. A mais nova nasceu no dia 16 de março de 2021, cinco dias após ela dar entrada na Fundação Santa Casa de Misericórdia do Pará (FSCMP) com um quadro grave de pneumonia relacionada à Covid-19. “Eu estava tossindo muito, mas não tinha outros sintomas. Fui para a Santa Casa e fizeram vários exames. No mesmo dia, fui entubada”, lembra a dona de casa de 35 anos.
A oscilação da saturação de oxigênio ocasionou a antecipação do parto. “Acordei no dia 24 e, nesse período, ela ficou na UTI Neonatal e eu não podia amamentar”, contou a moradora do bairro de Águas Lindas, em Ananindeua. A recém-nascida foi então nutrida com o Banco de Leite Humano (BLH) da instituição, o maior da região Norte.
Depois da alta médica, Jacileia se dedicou à recuperação em casa e ao cuidado da criança, que permaneceu internada. “Meu peito já não estava tão cheio como antes. Fui com ela para o (Método) Canguru e tirava o leite para dar no copinho. Hoje em dia ainda consigo tirar 15 a 20 ml, e ela prefere. É importante para o desenvolvimento dela e para não adoecer”, comenta a mãe.
A coordenadora Vanda Marvão afirma que, desde 1987, o BLH se propõe a promover, proteger e apoiar o aleitamento materno. “Também tem a função de processar e realizar o controle de qualidade do leite humano doado. A doação é importante porque atende os recém-nascidos internados na unidade neonatal que são bebês de risco e precisam desse alimento que melhor atende suas necessidades clínicas fisiológicas e nutricionais”, informou Vanda.
O Banco de Leite Humano conta com a parceria de quase 20 anos do Projeto Bombeiros pela Vida. “Nós somos responsáveis pelas doadoras externas do hospital. Então, todas as mulheres nutrizes que tiverem interesse em doar leite humano fazem um cadastro e nós fazemos a visita uma vez por semana, recolhemos a sua doação e entregamos novos kits”, explicou a cabo Carlena Figueiredo, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará (CBM).
Para ser uma doadora é preciso estar saudável e ter excedente de leite materno. Kauise Maria, de 11 meses, é um bebê que nasceu no momento pandêmico. A mãe, Kendrea Moura, 32 anos, lembra que o leite doado foi importante quando a menina estava internada.
“Até então, eu não tinha uma boa produção de leite. Foi nesse momento que eu vi a importância da doação e decidi procurar saber como eu também poderia ser uma doadora. Foi a minha pediatra que passou o contato dos 'Bombeiros da Vida'. Desde então eu comecei a doar, e sou muito feliz de fazer parte de um projeto tão bonito como este. E convido todas as mãezinhas que puderem, a ajudarem também”, incentivou Kendrea.
Os principais beneficiados são recém-nascidos em situação de baixo peso, abaixo de 2,5kg. A doação é importante para diminuir a mortalidade infantil e aumentar o estoque do banco de leite, para diminuir a ingestão de fórmula industrial.
Para doar, as interessadas devem realizar um cadastro prévio por telefone ou site e depois os bombeiros complementam com informações secundárias.
Serviço:
Doação para o Banco de Leite Humano da Santa Casa
Telefone: (91) 4009-2212 ou 4009-0375 / WhatsApp: (91) 98899-6326
Sites com mais informações: santacasa.pa.gov.br / bombeiros.pa.gov.br
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar