Aos poucos o movimento nas vendas de lanches de rua espalhadas pelas esquinas de Belém vai aumentando. Um cenário que alegra comerciantes que viveram meses de dificuldade por conta do período mais crítico da pandemia. Alguns precisaram parar o funcionamento presencial. Em contrapartida, se reinventaram em busca da sobrevivência, o que otimizou o atendimento delivery.
Na travessa Lomas Valentinas, esquina com a avenida Visconde de Inhaúma, no bairro da Pedreira, em Belém, a situação de pandemia forçou o dono a oferecer a opção de entrega dos lanches em domicílio, algo que em 40 anos não era feito. “Nossa venda caiu bastante, mas não paramos de vender. Era tudo delivery. E isso veio pra ficar, pois até hoje fazemos entrega somente aqui no bairro e no Telégrafo”, comenta Lilian Souza, vendedora.
Segundo ela, outras medidas foram tomadas para reduzir os custos e não demitir funcionários, como o revezamento entre as equipes e a retirada de algumas opções de lanches, principalmente aqueles que requer alimentos com preços mais elevados, como é o caso do sanduíche de filé de carne. Com o retorno gradual das atividades, mudanças na rotina também foram necessárias, como o distanciamento entre as mesas e o horário de funcionamento, que foi reduzido.
“Tivemos uma queda no movimento. Agora está melhorando”, acrescenta Lilian. Na travessa Pirajás com a avenida Duque de Caxias, no bairro do Marco, uma venda de comida típica passou a otimizar a entrega das refeições e, com o retorno das atividades, foram adotadas medidas sanitárias exigidas por lei, como a disponibilidade do álcool gel no balcão.
“Durante a pandemia, tivemos uma queda de 70%. Ficamos três dias sem abrir. Nos demais dias, o movimento caiu bastante. Por outro lado, o delivery aumentou”, afirma Renato Nascimento, 51 anos, proprietário.
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DIFICULDADE
Mas teve vendedor que não dispôs da mesma estrutura de entrega em domicílio e precisou encarar a sorte nas ruas para tentar sobreviver. Foi o caso de Vicente Pantoja, 46 anos. Há seis meses ele começou a vender lanche na esquina de casa, na avenida Augusto Montenegro, bairro Parque Verde, após ficar desempregado, quando se deparou com a pandemia.
A clientela dele sumiu, o dinheiro não tinha e as dificuldades aumentaram. “Nunca passei fome, mas foi bem complicado. Não deu para parar porque essa é minha única renda para pagar aluguel, comer...Minha filha também está desempregada. Ainda estou insistindo”, diz.
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