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DOM DIVINO

Desembargador fala sobre seu intenso processo criativo

Uma missão que une o prazer, a poética, e sobretudo, a transpiração. Mas que também pode ser descrita como o toque do “dedo de Deus”, presente em mais de uma centena de composições. É dessa forma que o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª

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Imagem ilustrativa da notícia Desembargador fala sobre seu intenso processo criativo camera Malheiros, que é desembargador do TRT-8, tem uma extensa lista de composições, entre elas 118 hinos dedicados às mais variadas entidades, instituições e personalidades. | Divulgação

Uma missão que une o prazer, a poética, e sobretudo, a transpiração. Mas que também pode ser descrita como o toque do “dedo de Deus”, presente em mais de uma centena de composições. É dessa forma que o desembargador do Tribunal Regional do Trabalho da 8ª Região (TRT-8), Vicente Malheiros da Fonseca, que também é músico e compositor, descreve sua história com a composição musical.

“Quando me perguntam em que escola, tendência ou corrente musical eu me classificaria como compositor, costumo responder que me considero essencialmente um compositor brasileiro e amazônico. Algumas peças registradas no catálogo de minha obra musical revelam essa tendência, inclusive o ciclo de canções sobre o boto amazônico (cerca de dez)”, explica.

Com mais de 100 hinos compostos, Malheiros - que é natural de Santarém (PA) e filho de Wilson Fonseca, conhecido como Maestro Isoca (1912-2002) - credita sua vocação a uma herança de família. “Sou um dos herdeiros de uma tradição musical de Santarém, que começou com meu avô paterno, José Agostinho da Fonseca (1886-1945), prosseguiu com meu pai Wilson Fonseca e chegou à minha geração, de meus irmãos e primos, mas, na verdade, já se encontra na quinta geração, com meus filhos, sobrinhos e, sobretudo, um sobrinho-neto, o jovem Davi (12 anos, violinista), filho do maestro e professor José Agostinho da Fonseca Júnior e da maestrina e professora Eliane Cristina Nogueira Ferreira Fonseca”, enaltece.

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São mais de 62 anos dedicados à composição. “Como compositor, desde 1958 (com menos de dez anos de idade) faço músicas com texto poético ou apenas música pura, em diversos gêneros: canto coral, piano solo e a quatro mãos, sacras, violão, banda, conjuntos camerísticos para formações instrumentais e/ou vocais e peças orquestrais, vários hinos (atualmente 118), inclusive para instituições jurídicas, sendo 42 hinos oficializados”, enumera.

VASTA

Destacam-se, dentre suas obras musicais, a série de “Valsas Santarenas” (atualmente, 121 peças) e o ciclo de canções sobre poemas de Fernando Pessoa (“Poeta Fingidor”, “Tenho Tanto Sentimento” e “Ao Longe, ao Luar”). “O catálogo de minha obra musical inclui ainda o ciclo de canções dedicadas a cantoras líricas (cerca de 20, inclusive em homenagem às sopranos paraenses Adriane Queiroz e Carmen Monarcha), e a ‘Sinfonia do Tapajós’, composta para o lançamento do livro ‘Meu Baú Mocorongo’, de Wilson Fonseca, com a primeira audição – 4º movimento – ‘Oração – Ave Maria’, executada pela Orquestra Sinfônica do Theatro da Paz, em minha cidade natal”, cita.

Tanto comprometimento em traduzir em música a alma e as personalidades amazônicas fez com que o nome do maestro ganhasse projeção fora de suas fronteiras locais. “Fico feliz de colaborar com a preservação desse tesouro cultural e musical, especialmente como compositor amazônico, além de ser uma grande honra exercer a vice-presidência da Academia de Musica do Brasil e da Academia de Musicologia do Brasil, por indicação do confrade Luís Roberto Trench, idealizador, fundador e presidente de ambas as Academias, que não mede esforços para prestigiar e valorizar a música e os músicos do Pará, não apenas da família Fonseca, mas tantos outros, tais como José Cândido da Gama Malcher, Meneleu Campos, Jaime Ovalle, Waldemar Henrique, Altino Pimenta, Rachel Peluso, Vicente Salles, João Bosco Castro, Sebastião Tapajós e o compositor e pianista Bernardino Belém de Souza’, autor da música ‘A Casinha Pequenina’”.

CRIAÇÃO

Mesmo com tantos compromissos como desembargador, Vicente Malheiros explica que a criação musical lhe sai fácil, não sem muita dedicação. “A obra musical surge da pesquisa, da inspiração, da transpiração, do momento e de um dom divino. O ato de compor me parece tão espontâneo, intuitivo e vital que nem me dou conta do que acontece. De repente, a música ou a letra está criada. Surge de uma fagulha de inspiração. Depois, a paciência, os detalhes, o acabamento, que demandam técnica e dedicação, mas prazer. Assim que lanço o olhar sobre o poema, com intenção de musicá-lo, o esboço da peça nasce espontaneamente. Registro a minuta da obra no pentagrama para não deixar escapar a inspiração. Se desejo elaborar o texto poético para a música, a letra vem naturalmente. Não raro, música e letra brotam ao mesmo tempo. Não sei como isso acontece. Apenas acontece. Dedo de Deus”, completa.

Malheiros conta que compõe diretamente na escrita, sem auxílio de qualquer instrumento musical. “No passado, escrevia no papel pautado; hoje, há sistemas de edição de música no computador cuja apresentação estética é muito boa”, explica.

O que flui primeiro, letra ou música? Para o ilustre compositor, “depende”. “Letra e música podem surgir ao mesmo tempo, mas podem ser produzidas em lugares e tempos bem diversos. Na verdade, o tema de uma canção ou de um poema surge como um toque de mágica. Acredito que o compositor e o poeta são instrumentos de Deus, na criação da obra de arte”, considera.

Ele diz ainda que acredita que o texto poético está oculto na música para a qual se deseja elaborar alguma letra. “E vice-versa, a música está escondida no poema que se pretende musicar. Basta ao compositor ou ao poeta tornar explícito o contexto implícito na partitura ou na poesia. É um processo de descoberta. Um mistério que não sei explicar”, diz.

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