
Em meio a uma escalada de tensões no Oriente Médio, um gesto diplomático trouxe alívio a famílias brasileiras. Os cidadãos do Brasil que haviam sido detidos por Israel durante a interceptação da flotilha Global Sumud foram libertados nesta terça-feira (7) e seguiram para a Jordânia, segundo confirmou o Ministério das Relações Exteriores. A operação de repatriação foi coordenada pela Embaixada do Brasil em Tel Aviv, que conduziu as negociações diretamente com as autoridades israelenses.
De acordo com o Itamaraty, diplomatas brasileiros acompanharam de perto todo o processo de transferência dos ativistas, que deixaram Israel em um veículo providenciado pela Embaixada do Brasil em Amã, capital jordaniana. A libertação marca o fim de dias de incerteza para o grupo, que fazia parte de uma missão humanitária internacional com destino à Faixa de Gaza.
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A flotilha Global Sumud, composta por mais de 40 embarcações e cerca de 420 ativistas de várias nacionalidades, foi interceptada por forças navais israelenses em águas internacionais. O grupo afirmava ter caráter pacífico e buscava entregar ajuda humanitária à população palestina de Gaza, alvo de um rígido bloqueio imposto por Israel nos acessos marítimo, terrestre e aéreo.
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Entre os detidos estava a deputada federal brasileira Luizianne Lins (PT-CE), que viajava ao lado de outros ativistas. A interceptação e as detenções geraram críticas internacionais e levaram o governo Lula a formalizar uma denúncia contra Israel no Conselho de Direitos Humanos da ONU, na última sexta-feira (3).
GRETA E OUTROS ATIVISTAS

Enquanto os brasileiros foram libertados, outros integrantes da flotilha tiveram destinos distintos. A ativista Greta Thunberg e cerca de 170 estrangeiros foram deportados na segunda-feira (6), segundo o governo israelense. Os ativistas foram enviados em voos para a Grécia e a Eslováquia, conforme informou o Ministério das Relações Exteriores de Israel.
Durante o período de detenção, surgiram relatos de supostos maus-tratos. Dois ativistas que chegaram à Turquia afirmaram à agência Reuters que Greta teria sido empurrada e forçada a se enrolar em uma bandeira israelense. As acusações, no entanto, foram negadas pelas autoridades israelenses, que classificaram os integrantes da flotilha como "provocadores".
LINHA DURA ISRAELENSE
O governo do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu tem mantido uma linha dura em relação a qualquer tentativa de romper o bloqueio sobre Gaza. Todos os barcos que se dirigiam ao território palestino foram interceptados e seus ocupantes deportados. A operação militar, porém, reacendeu o debate internacional sobre o bloqueio e sobre a criminalização de missões humanitárias em zonas de conflito.
A libertação dos brasileiros representa, ao mesmo tempo, um resultado diplomático positivo para o Brasil e um lembrete das tensões que envolvem a atuação de civis e organizações internacionais na crise humanitária da região.
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