
O avanço da robótica tem transformado o que antes parecia ficção científica em realidade palpável. Dos assistentes virtuais aos sistemas autônomos que já circulam em fábricas, hospitais e até nas nossas casas, as máquinas estão cada vez mais integradas ao cotidiano humano. Mas quando a tecnologia começa a imitar traços tão característicos da nossa própria espécie, o fascínio pode facilmente se misturar ao medo.
Foi exatamente esse efeito que gerou repercussão nas últimas semanas com a apresentação de um protótipo desenvolvido pela empresa chinesa AheadForm. O modelo, batizado de Only Head, integra a linha Origin M1 e chama atenção por sua cabeça hiper-realista, equipada para simular interações sociais de forma inédita.
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O segredo do realismo está em 25 micro-motores instalados sob uma camada de pele sintética, que permitem ao robô sorrir, piscar, franzir a testa e até esboçar movimentos sutis de boca. Câmeras e microfones completam o pacote, tornando possível reconhecer rostos, captar sons e reagir ao ambiente em tempo real.
O resultado impressiona pela semelhança com o comportamento humano, mas justamente por isso também causa estranhamento. Diversos internautas relataram sensações de desconforto ao assistir às demonstrações do protótipo. Para alguns, a experiência remeteu a clássicos da ficção científica, como O Exterminador do Futuro ou Eu, Robô.
Especialistas explicam que essa reação se encaixa no chamado “Vale da Estranheza”, fenômeno psicológico que descreve o incômodo diante de objetos ou máquinas que se parecem demais com humanos, mas sem serem totalmente autênticos.
Pesquisadores de ética tecnológica reforçam que esse tipo de inovação exige discussões aprofundadas sobre limites e usos responsáveis. O impacto psicológico, a possibilidade de manipulação emocional e até a regulamentação sobre a circulação de máquinas hiper-realistas em espaços públicos são temas que vêm ganhando relevância.
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Apesar das reações de medo, os criadores defendem que o Only Head é uma ferramenta valiosa para entender melhor como os humanos interagem com máquinas. Segundo a AheadForm, o protótipo ajudará a desenvolver inteligências artificiais capazes de reconhecer e responder a emoções, um campo que pode ter aplicações em saúde, educação e comunicação.
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