
O empresário Elon Musk anunciou nesta quarta-feira (28) o fim de sua atuação como funcionário especial do governo dos Estados Unidos. Ele liderava o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE), criado no início do ano durante a gestão do ex-presidente Donald Trump.
Designado como "Special Government Employee" (SGE), Musk estava autorizado a trabalhar até 130 dias por ano em funções públicas. Segundo informou uma fonte da Casa Branca ao portal Semafor, seu desligamento teria início na noite de quarta-feira (28), data em que o limite legal de atuação anual se encerraria, considerando a posse de Trump em 20 de janeiro.
Em sua rede social X, Musk agradeceu a Trump pela nomeação e afirmou acreditar que o órgão continuará operando com autonomia. "Com o fim do meu mandato como Funcionário Especial do Governo, gostaria de agradecer ao presidente @realDonaldTrump pela oportunidade de reduzir gastos desnecessários", escreveu.
Apesar da saída já ser esperada desde abril, quando Musk sinalizou publicamente que deixaria o cargo, a decisão foi formalizada após ele criticar um projeto de lei apoiado por Trump. O texto prevê isenções fiscais bilionárias e aumento nos gastos com defesa, medidas que, segundo o empresário, elevam o déficit federal e dificultam o trabalho de controle de despesas do DOGE.
Conteúdo relacionado:
- Mãe do 13° filho com Elon Musk relata exigências do bilionário
- Musk diz que X sofreu ataque cibernético da "região da Ucrânia"
Impacto na Tesla e nas ações da empresa
Desde que passou a colaborar com o governo, Musk enfrentou queda nas vendas da Tesla. A empresa de veículos elétricos, da qual é CEO, informou a investidores que "mudanças no sentimento político" poderiam impactar negativamente a demanda por seus produtos.
Ainda em abril, Musk anunciou que voltaria a dedicar mais tempo à Tesla. A declaração contribuiu para a recuperação momentânea do valor das ações da companhia no mercado financeiro.
Atuação do DOGE e reações públicas
Sob a liderança de Musk, o Departamento de Eficiência Governamental promoveu cortes significativos na administração federal. Estimativas apontam que cerca de 260 mil servidores públicos foram desligados ou aderiram a programas de rescisão voluntária.
Diversas decisões do DOGE foram contestadas na Justiça, com ordens judiciais revertendo demissões em áreas sensíveis, como o setor de energia nuclear.
Quer mais notícias internacionais? acesse o nosso canal no WhatsApp
A condução da política de cortes gerou reações negativas da população. A Tesla foi alvo de boicotes, protestos e atos de vandalismo contra veículos e estações de recarga. A procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, chegou a classificar esses atos como "terrorismo doméstico".
Relacionamento com Trump e permanência na Tesla
Durante sua participação em um fórum econômico em Doha, nesta terça-feira (27), Musk afirmou que pretende continuar à frente da Tesla pelos próximos cinco anos.
O ex-presidente Trump já havia confirmado a saída de Musk do governo e disse acreditar que o empresário seria capaz de "resolver" os desafios da Tesla. Trump também afirmou que Musk vinha sendo "tratado de forma injusta" por parte da opinião pública e o classificou como um "grande patriota".
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar