
As Forças Armadas de Israel anunciaram neste domingo (25) que planejam capturar 75% do território da Faixa de Gaza nos próximos dois meses. A medida, na prática, empurraria a população palestina estimada em 2,3 milhões de pessoas para apenas 25% do território, numa das regiões com maior densidade demográfica do mundo.
De acordo com o jornal Wall Street Journal, uma autoridade israelense ainda confirmou que o país deve iniciar nesta segunda (26) uma operação para distribuir ajuda humanitária em Gaza em parceria com os Estados Unidos.
A iniciativa ocorre dias após Israel permitir a entrada limitada de ajuda humanitária em Gaza após onze semanas de bloqueio total, o que aumentou a fome e a falta de remédios e de combustíveis no território.
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O novo programa, segundo o Wall Street Journal, prevê a instalação de três centros de distribuição no sul da Faixa de Gaza e um na região central. Nessas estruturas, agentes de segurança americanos ficarão responsáveis pela distribuição dos alimentos à população palestina.
Segundo o plano, um membro de cada família deverá comparecer a um dos centros a cada cinco dias para buscar os itens do pacote de ajuda.
A proposta foi criticada pela ONU (Organização das Nações Unidas), que se recusou a participar da operação, afirmando que a iniciativa exige o deslocamento de indivíduos em uma zona de guerra em busca de comida e que fere os princípios de neutralidade ao colocar o fornecimento de ajuda sob controle exclusivo de Israel.
Desde a última segunda-feira (19), cerca de 300 caminhões com ajuda humanitária entraram na Faixa de Gaza pela passagem de Kerem Shalom. No entanto, de acordo com estimativas da ONU, a ajuda está abaixo do necessário: antes do início da guerra em outubro de 2022, a população de Gaza dependia da entrada diária de cerca de 500 caminhões.
Neste domingo, bombardeios israelenses em Gaza mataram 30 pessoas, informaram autoridades de saúde locais, controladas pelo Hamas.
As Forças Armadas israelenses atacaram a cidade de Khan Yunis e os campos de refugiados de Jabalia e Nuseirat. Em Jabalia, o jornalista Hassan Abu Warda e vários membros de sua família estavam entre os mortos depois que um bombardeio aéreo atingiu sua casa.
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Em Nuseirat, os ataques mataram Ashraf Abu Nar, um dos coordenadores do serviço de Defesa Civil da Faixa de Gaza. Desde o início do atual conflito, quase 54 mil palestinos já foram mortos pelos ataques israelenses.
Nas últimas semanas, o Exército israelense também intensificou as ações militares em áreas ocupadas da Cisjordânia.
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