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Pedofilia na Igreja: Papa enfrentou duros desafios

O pontífice criou uma comissão para proteger menores de supostos abusos sexuais cometidos por membros da Igreja e destituiu cardeais envolvidos. Entenda!

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Imagem ilustrativa da notícia Pedofilia na Igreja: Papa enfrentou duros desafios camera Em fevereiro de 2019, o papa convocou uma cúpula de quatro dias dedicada à “proteção de menores”, reunindo os líderes das 114 conferências episcopais do mundo, além do responsável pelas igrejas católicas orientais e superiores de congregações religiosas. | Foto: Reprodução

O Papa Francisco morreu na madrugada desta segunda-feira (21), mas durante sua missão como pontífice teve que enfrentar duros desafios. Isso aconteceu sobretudo quando o Santo Padre tomou posse.

Na época, a Igreja católica estava vivendo um escândalo global de abuso sexual infantil pelos padres e ao mesmo tempo tentava acobertar a situação. O escândalo se multiplicou por outros países, como Irlanda, Alemanha e até Estados Unidos e Chile, se tornando um imbróglio para Francisco.

No ano de 2014, o pontífice estabeleceu um painel com especialistas para recomendar como proteger os menores. Todavia, a comissão foi envolvida em controvérsias desde o início.

Em 2017, dois representantes dos sobreviventes de abuso renunciaram ao projeto, incluindo Marie Collins, que foi vítima de estupor por um padre na Irlanda aos 13 anos. Ela declarou "vergonhosa" a falta de cooperação dos membros do Vaticano.

Em março de 2023, o último membro da comissão, Hans Zollner, proeminente sacerdote jesuíta alemão, renunciou expressando preocupações sobre “responsabilidade, conformidade, prestação de contas e transparência”.

Ponto de virada

Em janeiro de 2018, o ponto de virada do Papa foi durante a viagem ao Chile.

Inicialmente o pontífice defendeu um bispo chileno contra denúncias de que ele teria acobertado crimes de um padre mais antigo, e pediu aos acusadores uma prova da sua culpa.

Mais tarde, o papa admitiu ter cometido “erros graves” no caso, algo nunca admitido antes por um papa. Ele convocou todos os bispos chilenos para o Vaticano, e, logo depois, todos apresentaram suas renúncias.

Caso McCarrick

Em agosto de 2018, o papa enfrentou críticas severas como nunca antes, devido ao seu alegado silêncio em relação à conduta do influente cardeal americano Theodore McCarrick.

McCarrick, acusado de abusar sexualmente de menores, foi destituído do título de cardeal e posteriormente expulso pelo pontífice — uma sanção inédita na história da Igreja.

Dois anos depois, o Vaticano divulgou uma extensa investigação sobre o caso, reconhecendo falhas na alta hierarquia, mas isentando o papa Francisco de responsabilidade.

Cúpula sem precedentes

Em fevereiro de 2019, o papa convocou uma cúpula de quatro dias dedicada à “proteção de menores”, reunindo os líderes das 114 conferências episcopais do mundo, além do responsável pelas igrejas católicas orientais e superiores de congregações religiosas.

Durante o encontro, vieram à tona relatos impactantes de sobreviventes de abuso e duras críticas vindas do próprio interior da Igreja.

Um dos momentos mais marcantes foi a declaração do cardeal alemão Reinhard Marx, conselheiro próximo do papa, ao afirmar que arquivos relacionados a suspeitas de abuso clerical poderiam ter sido destruídos por escritórios episcopais.

Diante da gravidade, o papa prometeu uma “luta sem trégua” contra o abuso, chegando a comparar a violência sexual contra crianças a práticas de sacrifício humano.

Mudanças legais

Em dezembro de 2019, o papa autorizou que denúncias, depoimentos e documentos de julgamentos internos da Igreja fossem acessíveis aos tribunais civis. Com isso, as vítimas passaram a ter o direito de consultar seus arquivos e os processos relacionados aos seus casos.

Ainda naquele ano, ele estabeleceu a obrigatoriedade de que qualquer suspeita de agressão ou assédio sexual, assim como tentativas de acobertamento, fosse denunciada às autoridades eclesiásticas.

Em 2021, a Igreja Católica promoveu a primeira grande atualização de seu Código Penal em quase quatro décadas, incluindo pela primeira vez uma menção explícita ao abuso sexual cometido por padres contra menores e pessoas com deficiência.

Um registro misto

Em suas viagens internacionais, o papa Francisco tem se encontrado com sobreviventes de abuso — do Canadá à Bélgica — e frequentemente pede perdão pelos crimes cometidos dentro da Igreja.

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Apesar de ter feito mais do que qualquer outro pontífice no enfrentamento do problema, ativistas apontam que ele ainda não reconheceu as possíveis causas “sistêmicas” por trás dos abusos no seio da instituição.

Ele também foi alvo de críticas por não ter se reunido com os autores de um importante relatório sobre abusos na França e por sugerir cautela ao interpretar os números alarmantes que estimavam cerca de 330 mil menores abusados ao longo de 70 anos na Igreja francesa.

Além disso, seus críticos afirmam que faltou firmeza ao lidar com o caso de Marko Rupnik, um renomado padre esloveno e artista de mosaicos, acusado de abusar de religiosas adultas na década de 1990.

Diante da pressão pública, em 2023 o papa suspendeu o prazo de prescrição canônica para que processos disciplinares ainda pudessem ser abertos.

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