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OPERAÇÃO BRASIL - ITÁLIA

Máfia italiana lavou R$ 300 milhões com laranjas no Brasil

A Operação "Arancia" visava desmantelar uma rede operada pela máfia no Rio Grande do Norte.

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Imagem ilustrativa da notícia Máfia italiana lavou R$ 300 milhões com laranjas no Brasil camera A investigação resultou na prisão do empresário Giuseppe Bruno, suspeito de ligação com a máfia, que residia em Natal desde 2016. | Divulgação/PF

A Polícia Federal informou nesta terça-feira (13) que a máfia italiana utilizou empresas fantasmas e laranjas para lavar cerca de R$ 300 milhões em atividades empresariais no Brasil, equivalente a aproximadamente 55 milhões de euros.

Em colaboração com o Ministério Público do Brasil e da Itália, além da Guarda de Finanças de Palermo, a PF lançou a Operação Arancia para desmantelar uma rede operada pela máfia no Rio Grande do Norte. A investigação resultou na prisão do empresário Giuseppe Bruno, suspeito de ligação com a máfia, que residia em Natal desde 2016.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão nos estados do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Piauí. Simultaneamente, a Direção Antimáfia de Palermo coordenou buscas em cinco regiões da Itália e na Suíça.

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De acordo com a PF, as investigações começaram em 2022, e a organização mafiosa operava no Rio Grande do Norte há quase dez anos. As evidências indicam que a máfia italiana usou empresas de fachada e laranjas para movimentar e ocultar fundos ilícitos provenientes de atividades criminosas internacionais.

A estimativa é de que o esquema tenha movimentado pelo menos R$ 300 milhões no Brasil, utilizando esses recursos para adquirir propriedades e se infiltrar nos mercados imobiliário e financeiro brasileiros.

As autoridades italianas apontam que o valor total dos ativos envolvidos pode ultrapassar 500 milhões de euros, mais de R$ 3 bilhões. Os crimes investigados incluem associação mafiosa, extorsão, lavagem de dinheiro e transferência fraudulenta de valores, com a agravante de apoio a famílias mafiosas.

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A Guarda de Finanças italiana informou que o inquérito resultou na apreensão de cerca de 50 milhões de euros e bens atribuídos a 17 indivíduos e 12 empresas dos setores imobiliário, construção civil e restaurantes.

Uma das atividades do grupo envolvia o loteamento de áreas para construção no Nordeste. O esquema era liderado por Giuseppe Calvaruso, chefe do clã Pagliarelli da Cosa Nostra, que estava foragido no Brasil e foi preso ao retornar à Itália em 2021.

Desde 2016, a organização decidiu direcionar seus investimentos para o Brasil, com o apoio inicial de um empresário romano que foi preso no Brasil em 2019, acusado de ser o mandante de um homicídio ocorrido em Natal em 2014. Calvaruso teria fornecido dinheiro diretamente dos cofres da Cosa Nostra para esse empresário investir no mercado brasileiro entre 2016 e 2017.

A Operação Arancia contou com a participação de mais de 100 agentes financeiros italianos, alguns deles atuando no Brasil, e foi realizada no âmbito da Equipe Conjunta de Investigação, criada em 2022 e que envolve a Polícia Federal, o Ministério Público Federal e autoridades judiciais e policiais da Itália, com o apoio da Eurojust, agência da União Europeia que facilita investigações e processos internacionais.

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