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RISCO DE MORTE

Premiê da Eslováquia é baleado e está em estado grave

O político de 59 anos foi alvejado quando cumprimentava apoiadores na saída de uma reunião do seu gabinete em um centro cultural.

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Imagem ilustrativa da notícia Premiê da Eslováquia é baleado e está em estado grave camera Um homem, ainda não identificado, foi imobilizado e detido pela polícia logo após o ataque. | Reprodução/Instagram

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, foi baleado nesta quarta-feira (15) na cidade de Handlová, a 190 quilômetros da capital do país europeu, Bratislava, e está hospitalizado em estado grave.

O político de 59 anos foi alvejado quando cumprimentava apoiadores na saída de uma reunião do seu gabinete em um centro cultural. De acordo com a emissora TA3, quatro tiros foram disparados, e um deles teria atingido o abdômen de Fico.

Um homem, ainda não identificado, foi imobilizado e detido pela polícia logo após o ataque. Segundo a mídia local, o atirador tem 71 anos e era segurança de um shopping, além de ter escrito livros de poesia e ser membro da Sociedade Eslovaca de Escritores. As motivações para a agressão ainda não estão claras, mas o ministro da Defesa afirmou que as autoridades desconfiam de razões políticas.

Um vídeo gravado por um dos presentes à cena logo após os disparos mostra Fico escorado em seguranças sendo carregado para um carro. Ele foi levado às pressas para um hospital em Handlová e, em seguida, transportado de helicóptero para um centro de saúde na capital regional de Banska Bystrica, uma vez que sua condição era muito grave para uma viagem até Bratislava.

O gabinete de Fico afirmou que o premiê corre risco de morte. Ele estava consciente quando chegou ao hospital, de acordo com seu porta-voz, e ainda passava por uma cirurgia na noite desta quarta (período da tarde no Brasil), segundo o ministro da Defesa, Robert Kalinak. O chefe da pasta disse a jornalistas que sua condição era "extremamente séria".

"Parece um pesadelo, acho que não vou acordar disso", afirmou Lubica Valkova, 66, uma das pessoas que viram o momento em que Fico foi atingido. "Não é possível que algo assim esteja acontecendo na Eslováquia."

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A declaração resume o sentimento de choque que tomou conta da nação no centro da Europa, que tem poucos casos de violência política. O ataque fez líderes de vários países, entre eles os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos, virem a público para condenar a agressão.

Vladimir Putin descreveu o ataque como um "crime monstruoso", segundo telegrama enviado à presidente da Eslováquia, Zuzana Caputova. "Conheço Robert Fico como um homem corajoso e determinado. Espero que essas qualidades o ajudem a sobreviver a essa situação difícil", afirmou o líder russo, para quem Fico vinha demonstrando afinidade política. Joe Biden ofereceu ajuda dos EUA à Eslováquia. "Condenamos este ato horrível de violência", afirmou.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, descreveu o episódio como um "ataque vil". "Atos de violência como esse não têm lugar na nossa sociedade e comprometem a democracia", disse ela. Já o premiê alemão, Olaf Scholz, declarou que a agressão foi uma "tentativa covarde de assassinato". "A violência não deve ter lugar na política europeia", afirmou.

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O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelenski, chamou o ataque de "terrível". "Todos os esforços devem ser feitos para garantir que a violência não se torne a norma em qualquer país", disse ele no X. O premiê húngaro, Viktor Orbán, também se pronunciou na rede social. "Fiquei profundamente chocado com o ataque hediondo contra o meu amigo, o primeiro-ministro Robert Fico. Oramos por sua saúde e rápida recuperação!", escreveu.

Figura conhecida da política eslovaca há três décadas, Fico é fundador do Smer, partido populista pelo qual chegou à chefia de governo. Ele fazia uma espécie de turnê pelo país com seu gabinete após assumir o poder no final do ano passado, quando retornou à cadeira de primeiro-ministro.

Sua primeira passagem pelo cargo foi de 2006 a 2010. Após um hiato de dois anos, retornou em 2012, ficando no poder até 2018, quando foi forçado a renunciar após protestos em massa desencadeados pelo assassinato de Jan Kuciak, um jornalista que investigava corrupção.

Ao longo desses anos, o premiê mostrou disposição para mudar de rumo ao gosto da opinião pública e da conjuntura política. Após oscilar entre uma corrente pró-europeia e posições nacionalistas contrárias a Bruxelas e Washington, Fico tem feito uma política externa inclinada à Rússia em sua mais recente ascensão.

A agenda após sua posse não surpreendeu —nos últimos quatros anos, o político fez críticas contundentes a aliados ocidentais, opôs-se a sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia e ameaçou vetar qualquer adesão de Kiev à Otan, aliança militar liderada pelos EUA da qual a Eslováquia faz parte.

Essas opiniões ressoaram ao longo de sua campanha, na qual o político defendeu que o país amplie relações com Moscou e abordou outros temas comuns à direita europeia em sua plataforma de campanha, como a imigração —composta principalmente por homens do Oriente Médio e do Afeganistão, no caso eslovaco.

Ao chegar ao poder, Fico cumpriu a promessa de interromper envios de armas para a Ucrânia, em guerra com a Rússia há mais de dois anos, e chegou a falar que a influência ocidental no conflito só fez as nações eslavas se matarem. Além disso, o político também iniciou reformas na legislação criminal e na mídia, em um movimento inspirado no direitista húngaro Orbán, segundo analistas.

Aliado próximo de Fico, o vice-presidente do Parlamento Lubos Blaha, do Smer, sugeriu que a oposição e a imprensa criaram a atmosfera o ataque. "Quero condenar veementemente o que aconteceu hoje em Handlová e, ao mesmo tempo, expressar grande repúdio pelo que vocês fizeram nos últimos anos", disse Blaha. "Vocês, mídia liberal e oposição política. Que ódio vocês espalham contra Robert Fico."

O maior partido de oposição do país, o Eslováquia Progressista, cancelou um protesto planejado contra reformas na emissora pública do governo marcado para esta quarta. "Pedimos a todos os políticos que se abstenham de quaisquer expressões e medidas que possam contribuir para uma escalada da tensão", disse Michal Simecka, líder da sigla.

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