China planeja enviar macacos para o espaço

Na história da ciência, muitas descobertas foram feitas de forma aleatória, como a do antibiótico penicilina, em 1928. Outros aprendizados foram fruto de um árduo trabalho de pesquisa, como a teoria da Evolução das Espécies.

Em paralelo, alguns experimentos, infelizmente, entraram para os livros por serem macabros e não respeitaram nenhum código de ético ou de conduta cientifica.

Pesquisadores chineses estão planejando enviar macacos para fazer sexo no espaço. Os primatas devem ser abrigados na estação espacial Tiangong, que está sendo finalizada. Um dos objetivos é verificar se é possível que mamíferos se reproduzam fora da Terra.

O experimento está previsto para acontecer na maior cápsula da estação, dentro de duas cabines de testes biológicos. "Alguns estudos envolvendo ratos e macacos serão realizados para ver como eles crescem ou até se reproduzem no espaço", disse Zhang Lu, pesquisador da Academia Chinesa de Ciências em Pequim. "Esses experimentos ajudarão a melhorar nossa compreensão da adaptação de um organismo à microgravidade e outros ambientes espaciais", completou.

Em seis décadas de exploração espacial, não há registro de cópula de grandes animais no espaço. Em 1979, cientistas da União Soviética conseguiram fazer com que camundongos se acasalassem durante um voo espacial, mas nenhuma fêmea desenvolveu filhotes. Apesar disso, alguns organismos mais simples, como nematoides e peixes-arroz japoneses, já foram observados se reproduzindo em ambientes espaciais.

Os pesquisadores acreditam que a tarefa não será nada fácil. Um dos desafios será manter os macacos confortáveis, algo que será difícil, pois o confinamento de longo prazo nos ambientes confinados dos habitats espaciais pode causar grande estresse aos animais. Outras dificuldades incluem manter a proximidade entre o casal de primatas em gravidade zero.

Outro complicador é que a pressão sanguínea tende a diminuir no espaço, o que pode dificultar as ereções dos machos e a excitação das fêmeas, segundo Adam Watkins, professor de fisiologia reprodutiva na Universidade de Nottingham, na Inglaterra.