Pela primeira vez no mundo, cientistas conseguiram criar embriões sintéticos de camundongos sem a necessidade de fertilização de óvulos por espermatozoides. Para alcançar esse feito inédito, os pesquisadores utilizaram apenas células-tronco. Um estudo sobre experimento foi publicado essa semana na revista científica Cell e impressionou o mundo.
Os cientistas do Instituto Weizmann de Ciências em Israel usaram um biorreator especialmente projetado como um útero artificial para o desenvolvimento de embriões. Dentro do dispositivo, os embriões flutuam em recipientes contendo uma solução com nutrientes. Esses dispositivos são presos em um cilindro giratório que os mantém em constante movimento para simular como o sangue e os nutrientes fluem para a placenta. O dispositivo também replica a pressão atmosférica de um útero de camundongo.
VEJA O VÍDEO DIVULGADO PELOS PESQUISADORES DO INSTITUTO WEIZMANN:
Os cientistas disseram que essa abordagem é extremamente valiosa porque poderia contornar as questões técnicas e éticas envolvidas no uso de embriões naturais em pesquisa e biotecnologia.
"Mesmo no caso de camundongos, certos experimentos são inviáveis atualmente porque exigiriam milhares de embriões, enquanto o acesso a modelos derivados de células embrionárias de camundongos, que crescem aos milhões em incubadoras de laboratório, é praticamente ilimitado", diz um comunicado dos pesquisadores.
Para os especialistas, o método abre novos horizontes para estudar como as células-tronco formam vários órgãos no embrião em desenvolvimento. Para os cientistas há esperança que a nova técnica possa facilitar o cultivo de tecidos e órgãos para transplante usando modelos de embriões sintéticos no futuro.
“Em vez de desenvolver um protocolo diferente para o crescimento de cada tipo de célula – por exemplo, as do rim ou do fígado – podemos um dia criar um modelo sintético semelhante ao embrião e isolar as células de que precisamos. Não precisaremos ditar aos órgãos como eles devem se desenvolver. O próprio embrião faz isso melhor”, disse Jacob Hanna, que liderou o estudo.
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