Pica-pau que inspirou desenho será declarado extinto

O meio ambiente pede socorro no mundo inteiro. E algumas espécies de animais também pedem ajuda para não desaparecerem deste planeta. Porém, outras, não tiveram a mesma sorte e muitas já não podem mais serem vistas em seu habitat natural.

As autoridades da vida selvagem dos Estados Unidos anunciaram que o pica-pau-bico-de-marfim deve ser considerado extinto. A ave inspirou o desenho Pica-Pau, que fez sucesso e marcou várias gerações. Na listagem, aparecem outras 22 espécies de pássaros, peixes, mexilhões e outros bichos selvagens.

“Para as espécies propostas para exclusão hoje, as proteções da Lei das Espécies Ameaçadas chegaram tarde demais, com a maioria extinta, funcionalmente extinta ou em declínio acentuado no momento da listagem”, relata o Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA.

De acordo com um comunicado do US Fish and Wildlife Service enviado à imprensa, a América do Norte já perdeu 3 bilhões de pássaros desde 1970.

O pica-pau-bico-de-marfim já era considerado raro, pois dependida de grandes pântanos do sul com bastante espaço e comida para prosperar, segundo a American Bird Conservancy. E enquanto seu habitat desaparecia, a ave também ficou escassa.

A ação de caçadores e colecionadores também deve ter contribuído para o desaparecimento da espécie, explica Tierra Curry, do Centro de Diversidade Biológica.

O último aparecimento confirmado do pica-pau-bico-de-marfim nos EUA foi na década de 40, em Lousiana, explica John Fitzpatrick, diretor emérito do Laboratório Cornell de Ornitologia. Há relatos e vídeos granulados da ave do início dos anos 2000, no leste do Arkansas, mas não há confirmação.

“Na minha opinião, é prematuro declarar a ave oficialmente extinta por parte do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA porque a ave ainda pode existir”, disse ele à CNN. “O ponto de declarar algo extinto é ter evidências sólidas de que ele se foi.”

Fitzpatrick diz que, junto a outros ornitólogos, fará uma petição à agência de vida selvagem para retirar a ave da lista de extinção.

“Estou esperançoso que eles dêem outra olhada nisso e digam que podemos realmente retirar isso por mais uma ou duas décadas”, disse Fitzpatrick. “Continuamos a dizer que vale a pena procurar este pássaro”.