Dia do Hamburguer: lojas se reinventam para atrair clientes

Maio é oficialmente o mês mais saboroso do calendário gastronômico. Afinal, o dia 28 marca o Dia Mundial do Hambúrguer e, logo em seguida, 30 de maio é celebrado como o Dia Mundial da Batata Frita. Em Belém, onde a cultura do lanche de rua é uma verdadeira instituição, essas datas são levadas a sério, ou melhor, celebradas com muito apetite.

Da agitação das lanchonetes no centro histórico aos tradicionais carrinhos de lanche nas esquinas das periferias e bairros nobres, a capital paraense exibe um mapa afetivo e democrático do hambúrguer. Na capital, o burger vai muito além do básico, é identidade, tradição, encontro. Cada esquina tem um carro de lanche, sempre pronto para atender quem busca uma refeição rápida, prática e, principalmente, deliciosa.

Em Belém, essa cultura é tão forte que a cidade chega a ter ruas quase que dedicadas a empreendimentos gastronômicos. Entretanto, por mais que esses locais ofereçam uma diversidade de produtos, o hamburguer costuma ser o queridinho do público. "As vezes é bom variar, claro, mas o hamburguer acaba sendo a 'comida conforto', é a opção certa quando tem alguma indecisão", afirma Andressa Rodrigues, moradora do bairro da Marambaia que não perde a oportunidade de degustar um lanche de rua quando pode. "Desde criança todo mundo em Belém come hamburguer, porque toda esquina tem um carrinho, então a gente desenvolve esse gosto naturalmente. Se a gente pensa em maniçoba ao falar de comida tradicional, no sentido de algo mais regional, a gente pensa em lanche de rua quando se fala de tradição mais cotidiana".

PALADARES MAIS REFINADOS

Se o hamburguer se tornou uma comida tradicional pelas ruas de Belém, então é normal que os moradores da capital paraense estejam acostumados a experimentar uma variedade de sabores e sanduíches pela cidade. E com isso, a matemática é simples: se você prova de muitos locais, começa a ter referêncais e, consequentemente, ser mais exigente. Se há hamburguer em cada esquina, por que não optar pelo mais gostoso?

Pensando nisso, quem vive do ramo gastronômico precisa se reinventar para conquistar novos sabores, oferecer maior qualidade e diferenciais em seus produtos, como comidas mais saudáveis e, ainda assim, saborosas. É preciso melhorar os produtos para cair no gosto de quem busca sabores refinados até em produtos simples como o hamburguer.

Em uma cidade que os burgers de chapa reinam absolutos, por exemplo, há quem busque elevar essa experiência a outro patamar através de técnicas diferentes, como os hambúrgueres feitos na brasa, que vêm conquistando cada vez mais espaço entre os paladares mais exigentes, por preservar o sabor original da carne, livre de frituras.

E quem entende bem disso é Dionatan Vinchiguerra, de 25 anos, proprietário da Tchêê Burger, localizada no bairro do Marco. Paranaense de Cascavel, Dionatan mora há nove anos em Belém e decidiu unir duas paixões: a herança familiar do churrasco gaúcho com a tradição de comida belenense.

“Nosso diferencial é fazer hambúrguer na churrasqueira, para dar um sabor especial e acompanhar a exigência de qualidade do cliente”, explica Dionatan, que conta ainda que investe na qualidade do produto como diferencial do mercado. Na hamburgueria, tudo é artesanal, dos hambúrgueres às batatas palha e molhos, preparados diariamente com ingredientes frescos e selecionados, além de ter opções vegetarianas para quem não come carne, mas não quer dispensar o prazer de degustar um hamburguer, tudo isso na busca por apresentar um sabor únicos aos clientes acostumados com a grande oferta de lanches na cidade.

Além disso, Dionatan explica que investiu em um cardápio completo, contemplando desde clássicos até criações autorais para surpreender a clientela. “A ideia é preservar o sabor do verdadeiro churrasco gaúcho, com carne assada na brasa e aquele toque artesanal que garante autenticidade e qualidade”, afirma o empreendedor.

O GOSTO DO CLIENTE

Independente da técnica usada, entretanto, o que define o sucesso do hamburguer é sempre o mesmo: o sabor. Sendo assim, quem comprova a palavra final é sempre do cliente, que pode demonstrar seus gosto através da fidelidade, buscando retornar aos locais de seu agrado. Antônio Cláudio Vallinoto, arquiteto e urbanista de 61 anos, é um exemplo disso. Frequentador assíduo da hamburgueria, ele visita o espaço de duas a três vezes por semana, sempre buscando os seus lanches favoritos, além de um atendimento diferenciado.

“O que me faz escolher é a qualidade do alimento. Segundo, pela amizade com o dono, é muito legal vir comer em um local onde a gente tenha essa resenha diária”, conta. Para ele, o grande diferencial para escolher o hamburguer está na carne: “Uma carne manuseada de forma natural, com sabor. Podemos elaborar o hambúrguer de acordo com o que gostamos, além dos molhos que são incríveis.”

Ele ainda acrescenta que, para palades mais exigentes, acostumados a comer hamburguer em uma cidade com tantas opções, os empreendedores precisam se reinventar para garantir a clientela: “O que mais me conquista é que aqui não é aquela carne industrializada com um monte de mistura. É feito como um churrasco, deixando de lado a fritura, que é mais prejudicial ao corpo. É mais saudável", completa Antônio.

Nesse dia do hamburguer, então, não há forma melhor de celebrar que aproveitando um bom sanduíche. E você, já sabe onde vai degustar seu burguer de hoje?