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VIDA DE SILÊNCIO

Ex-freira se casa e revela clausura: "Não conhecia o WhatsApp"

Grasiele Loureiro compartilha sua jornada de fé, do convento à vida conjugal, e os desafios da adaptação ao mundo após seis anos em clausura.

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Imagem ilustrativa da notícia Ex-freira se casa e revela clausura: "Não conhecia o WhatsApp" camera Grasiele Loureiro: ex-freira vivia uma vida em silêncio e não sabia que smartphones existiam | Arquivo pessoal

Uma jornada de fé e autodescoberta levou Grasiele de Oliveira Loureiro, que passou seis anos em clausura na Ordem dos Carmelitas, a trocar o silêncio do convento pela vida conjugal em Itajaí (SC). Aos 43 anos, a ex-freira, que hoje é dona de uma agência de marketing digital e está na fila para adoção, compartilha detalhes de sua experiência na vida contemplativa, as dificuldades de adaptação ao "mundo" e o momento em que percebeu que não tinha vocação.

Grasiele teve uma juventude comum, gostando de festas e saídas, e só frequentava a missa por pressão do pai. Aos 20 anos, no entanto, ela começou a não gostar da "vida no mundo" e sentiu um chamado para buscar a Deus, acompanhando a renovação carismática católica e indo a grupos de oração.

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Após uma experiência missionária em Santa Catarina em 2003, ela sentiu a necessidade de mais oração e silêncio, o que a levou a conhecer a vida contemplativa e o Carmelo de Tremembé, em São Paulo, onde entrou em janeiro de 2008.

Vida de silêncio

O choque com a rotina de clausura foi imediato, principalmente o silêncio. A regra exigia andar de cabeça baixa no claustro para "mortificar" a visão e evitar distrações, mantendo o silêncio interior. Além disso, não havia vaidade: as religiosas não podiam perder tempo com cuidados como cabelo.

Grasiele comentou o desafio do silêncio no convento. “O que eu mais estranhei lá dentro foi justamente o silêncio, porque a gente vem de um mundo muito barulhento. Me lembro que, de manhã, quando eu encontrava alguma irmã no corredor, minha vontade era falar 'bom dia' porque eu estava muito feliz, só que não tem isso”, relembrou.

A rotina era rigorosa: acordavam às 4h30 ou 5h para rezar, seguidas por oração mental e missa. As atividades eram feitas em silêncio, incluindo as refeições. Os únicos momentos permitidos para conversar eram durante os dois recreios diários. Até mesmo as atividades cotidianas exigiam cuidado para não gerar ruído.

Ela descreveu a atenção ao silêncio absoluto. “Além de não conversar, procura-se não fazer muito barulho em tudo. Ao abrir uma porta, um armário, varrer. Uma coisa que me chamou a atenção foi ao cozinhar. Eu costumava pegar a colher e bater na panela para tirar o resto da comida. As irmãs me ensinaram que eu poderia bater com o cabo na mão, e aí não faria nenhum barulho”, detalhou.

Choque ao ver o mundo

Grasiele passou por três carmelos diferentes até sair definitivamente em 2014, após entender que não tinha vocação. Sua primeira saída, em 2010, foi motivada por um quadro de depressão. A readaptação ao mundo foi difícil.

Ela descreveu o choque tecnológico ao sair. “Na primeira vez que eu saí, em 2010, não sabia que existia WhatsApp —não tinha smartphone, para mim era tudo novidade”, afirmou.

Inicialmente, a ex-freira não pretendia se casar, mas ao conviver com amigas casadas, passou a ver o matrimônio como um caminho de santidade. Após uma decepção amorosa —em que um noivo cancelou o casamento no dia da cerimônia— ela conheceu seu atual marido. Eles se casaram em 2019, mas, após um aborto e a descoberta de menopausa precoce, estão há cinco anos na fila da adoção, seguindo métodos permitidos pela igreja.

Apesar das dificuldades, ela mantém a admiração pela vida que viveu. “Eu amo a vida lá dentro, mas tive que admitir que eu não tinha vocação e não conseguiria. Fui para casa sabendo que não voltaria mais”, concluiu. Hoje, ela afirma que o carmelo é feito de "pessoas reais" e vê a espiritualidade carmelitana como "a mais linda de todas na Igreja"

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