No dia nacional dos professores, ontem, 15, a Universidade Federal do Pará (UFPA) deu início a um novo ciclo de gestão administrativa. Empossados no último dia 11, o novo reitor Gilmar Pereira da Silva e a vice-reitora Loiane Prado Verbicaro ficarão à frente da instituição nos próximos quatro anos.
As primeiras diretrizes têm como foco a ampliação da inclusão social e o fortalecimento da política multicampi. Além do início do mandato, a data marca as inscrições do Processo Seletivo 2025 (PS 25). As propostas foram detalhadas durante entrevista coletiva no campus Guamá, em Belém.
O Processo Seletivo 2025 da UFPA começou nesta terça-feira, às 14h. Neste ano, serão oferecidas 7.668 vagas para cursos de graduação presenciais, das quais 200 são reservadas para pessoas com deficiência. As inscrições para o PS 25 poderão ser realizadas até 13 de novembro, exclusivamente pela página oficial do Centro de Processos Seletivos da UFPA (ceps.ufpa.br).
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Para participar, os candidatos devem ter feito as provas do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2024, que ocorrerão em 3 e 10 de novembro. A UFPA utilizará a nota do Enem como critério de seleção para as vagas. Loiane destacou que o processo seletivo reforça a política de inclusão da universidade, com metade das vagas destinadas a candidatos que cursaram o ensino médio em escolas públicas. “A gente quer garantir que todos tenham a oportunidade de acessar o ensino superior, independentemente de sua origem social”, declarou a vice-reitora.
Conforme a Portaria Normativa nº 2.027/2023 do MEC, de 7.468 vagas oferecidas no Processo Seletivo 2025 da UFPA, metade será destinada à ampla concorrência, enquanto os outros 50% serão reservados para candidatos que concluíram o ensino médio integralmente em escolas públicas, ou equivalente, em escolas comunitárias voltadas para a Educação do Campo com convênios públicos, ou que finalizaram seus estudos pela Educação de Jovens e Adultos (EJA).
Além disso, serão contemplados aqueles que obtiveram o certificado de conclusão por meio Enem, do Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (ENCCEJA), ou de Exames de Certificação de Competência ou de Avaliação de Jovens e Adultos, ou outros exames de certificação realizados pelos Sistemas Estaduais de Ensino.
Gilmar Pereira, que também foi vice-reitor da UFPA por dois mandatos consecutivos, destacou a relevância de se dar continuidade ao processo de inclusão social e desenvolvimento dos campi fora da capital. Segundo ele, a política multicampi será um dos pilares da atual gestão, com o objetivo de equiparar o desenvolvimento de todas as unidades da instituição que, além do campus em Belém, mantém unidades em municípios como Abaetetuba, Altamira, Ananindeua, Bragança, Breves, Cametá, Capanema, Castanhal, Salinópolis, Soure e Tucuruí e atuam em mais de 80 municípios do Pará.
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“A universidade é muito grande e tem muita coisa, mas duas coisas são muito importantes. E que eu já atuei com relação a isso enquanto vice-reitor; e, agora, como reitor, que é a política multicampi e a inclusão social”, disse.
Para ele, embora a estrutura da capital seja maior, é fundamental que os campi do interior se fortaleçam de maneira igualitária. Ele explicou que a antiga política de interiorização da UFPA, adotada desde os anos 1980, se transformou nesta nova política, a multicampi, na qual as unidades regionais ganham maior autonomia e importância.
Contudo, conforme ele, é preciso reconhecer que ainda há muito a ser feito, especialmente direcionados aos campi do interior. “Uma das coisas que nós queremos avançar nesse sentido é fazer com que esses problemas de profissionais e de servidores de um modo geral e parte de infraestrutura sejam resolvidos”, acrescentou.
INCLUSÃO SOCIAL
Outro ponto enfatizado por Silva foi a inclusão social, que continuará sendo um dos eixos centrais da UFPA. Há 44 anos observa as comunidades tradicionais da região, especialmente as populações ribeirinhas, quilombolas e indígenas, e ressalta as semelhanças nos desafios enfrentados por essas populações, incluindo a necessidade de garantir que a universidade seja acessível a todos, independentemente da localização geográfica ou condição socioeconômica.
Ele destacou que os quilombolas e indígenas têm avançado positivamente, com garantias como bolsas oferecidas pelo Ministério da Educação (MEC) e apoio estrutural para suas associações e escritórios de representação. No entanto, lamentou que os ribeirinhos ainda não contem com esse tipo de estrutura de apoio. “Sei que os ribeirinhos têm as mesmas dificuldades que os quilombolas e os indígenas, e muitos ribeirinhos também são descendentes de indígenas; mas ainda não têm uma estrutura com eles e isso é algo que precisamos trabalhar para mudar”.
COP 30
Outra questão abordada foi a participação da UFPA na 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, a COP 30, que será realizada em Belém em 2025. A vice-reitora Loiane Prado Verbicaro destacou a importância do protagonismo da universidade nos debates sobre as transformações que a Amazônia enfrenta devido a projetos econômicos e políticas públicas.
“A UFPA é a maior produtora mundial de conhecimento de ciência sobre a Amazônia. Então, nós somos uma instituição fundamental nas discussões da COP. É muito importante que sejamos protagonistas desse processo de construção e divulgação científica, de conhecimento na Amazônia, para a Amazônia, e sempre considerando a liderança dos nossos povos, das nossas existências, realidades e vivências”.
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