Não importa a hora: andar por Belém, durante a quadra nazarena, é ter certeza de sempre encontrar um devoto expressando seu amor por Nossa Senhora de Nazaré. Seja durante as missas, seja em momentos de devoção, realizados em frente à Basílica Santuário ou até mesmo durante as orações das novenas particulares, nas casas dos fiéis, os inúmeros gestos marcam a expectativa de um Círio próspero e carregado de bênçãos.
“Embora o meu amor por Nossa Senhora exista desde a infância, minha fiel devoção só chegou quando ela me presenteou com a vida do meu filho longe das drogas, e estar perto de Círio muda tudo. Me faz lembrar do voto que fiz a ela e das bênçãos alcançadas”, disse Lilia Braga, doceira.
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Devota de Nossa Senhora de Nazaré, a artesã Madalena Cordeiro, que trabalha frente ao santuário há 25 anos com a venda de artigos decorativos da padroeira dos paraenses, afirmou que todos os itens produzidos por ela carregam o amor e a devoção à santa.
“O Círio faz parte da minha vida, tanto pessoal quanto profissional. Sempre acompanhei tudo em relação a esse período e vai ser assim até quando ela e Nosso Senhor quiserem. E, como todos os anos, fabriquei com muito amor os meus produtos, que carregam as minhas lágrimas e as minhas promessas, e sei que vêm me ajudando a ver a alegria nos rostos de outros devotos outra vez, com as fitas, terços e até mesmo imagens da nazinha”, afirmou.
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Assim como em anos anteriores, as ruas da cidade que fazem parte do trajeto da procissão mariana devem receber mais de dois milhões de fiéis de várias partes do Brasil e do mundo. E uma das devotas é a arquiteta Lorena Cabral, moradora de Pernambuco, que, durante sua visita pela primeira na cidade, fez questão de ir à Basílica Santuário amarrar sua fitinha na grade e expressar sua relação com a padroeira dos paraenses.
“Eu ainda era criança quando escutei as primeiras histórias de Nossa Senhora de Nazaré. E, hoje, estou me preparando para me consagrar totalmente a ela e ao Círio, um momento único e importante. Por isso, não vejo a hora de poder vivenciar pela primeira vez esse clima, que já sinto desde que pisei em Belém, tanto com o cheiro da comida que passeia pela cidade, quanto das luzes, decorações e até mesmo das pessoas que a cercam. E agora, como uma dessas pessoas, adiantei meus pedidos e agradeci pela vida de todos que me acompanham”, contou a devota.
A gratidão pelo dom da vida é algo que a Maria Moura vai levar para sempre no coração. A servidora pública, junto ao seu filho, ficaram internados por meses durante o início da pandemia da Covid-19. E foi no momento de maior dor que a Maria se apegou ainda mais à santa e prometeu que, se ambos saíssem do estado grave da doença, viria a Belém para “pagar” a dívida pela graça alcançada. “Só ela e Deus sabem o que passamos deitados naquele hospital. Em uma das vezes, enquanto eu lutava para sobreviver, meu filho também dava entrada na sala ao lado de onde eu estava. Eu sempre fui muito grata pelas bênçãos que Nossa Senhora derramou em minha vida, mas hoje sou ainda mais. No segundo domingo de outubro, certamente serei um entre milhares de pessoas que vão estar aqui no Círio para venerar e agradecer a mãezinha”, contou.
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