A COP30, conferência climática da ONU que será realizada em Belém no mês de novembro, será marcada pela presença de uma tecnologia gaúcha inovadora. A startup Igapó, especializada em soluções para o tratamento sustentável de resíduos orgânicos, foi escolhida pelo Global Methane Hub, em parceria com o Instituto Pólis, para instalar uma composteira de grande porte no evento. Com capacidade para processar até cinco toneladas de resíduos por dia, a tecnologia deve transformar cerca de 180 toneladas de resíduos orgânicos durante os 12 dias de conferência.
A instalação do equipamento chegou a Belém no início desta semana. A equipe técnica da startup gaúcha já está no local e acompanha a montagem e operação da composteira, que permanecerá na cidade após a COP30, como um legado sustentável para a região. A startup destaca que essa será uma grande oportunidade para demonstrar o potencial da compostagem como uma alternativa viável tanto ambiental quanto economicamente.
“Está sendo um grande desafio logístico, mas também uma oportunidade histórica de mostrar o impacto positivo da compostagem na redução de resíduos e na economia circular. Esperamos que nossa tecnologia possa inspirar novas soluções para o manejo de resíduos em grandes eventos e áreas urbanas”, afirmou Artur Ferrari, fundador da Igapó.
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A tecnologia da Igapó, patenteada pela empresa, trabalha em duas etapas: compostagem termofílica (com altas temperaturas) e vermicompostagem (usando minhocas). O sistema é totalmente automatizado, com um tambor rotativo que facilita o processo, tornando a conversão dos resíduos orgânicos em adubo de alta qualidade mais eficiente. O modelo modular da composteira permite que ela seja adaptada a diferentes volumes de resíduos, o que torna a tecnologia flexível tanto para grandes eventos como para instalações permanentes.
A empresa, que já tem uma história de sucesso no tratamento de resíduos, é responsável por mais de 250 toneladas de resíduos orgânicos processados, com composteiras em operação em instituições como a PUCRS, Hospital São Lucas e a Prefeitura de Porto Alegre. A tecnologia da Igapó se destaca pela viabilidade econômica, já que além de reduzir custos com o envio de resíduos a aterros sanitários, gera receita com a produção de adubo orgânico de alta qualidade.
Expansão e inovação
Com a visibilidade conquistada na COP30 e outros projetos, a Igapó está planejando uma expansão significativa. Em 2024, a empresa foi contemplada no edital Tecnova III, da FAPERGS, para avançar na automação das composteiras. A inovação prevê a instalação de sensores de temperatura, peso e emissões de CO₂, integrando os dados a plataformas de cidades inteligentes e bancos de dados sobre emissões de gases de efeito estufa (GEE).
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O objetivo da startup é atingir uma capacidade instalada de 10.080 toneladas por ano nos próximos dois anos e expandir as operações para o Cone Sul da América Latina, consolidando-se como referência na valorização de resíduos orgânicos e na implementação da economia circular. Até o final de 2026, a Igapó espera ter os sistemas de automação prontos para comercialização, ampliando ainda mais o impacto ambiental e econômico.
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