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Anticorpo neutraliza 98% das variantes do HIV, aponta pesquisa

Anticorpo identificado na Alemanha bloqueou o vírus em testes de laboratório e pode ser usado tanto para tratar quanto prevenir a infecção

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Imagem ilustrativa da notícia Anticorpo neutraliza 98% das variantes do HIV, aponta pesquisa camera A equipe liderada por Florian Klein, diretor do Instituto de Virologia de Colônia, analisou amostras de sangue de 32 pessoas infectadas com o HIV. | Reprodução

Pesquisadores do Hospital Universitário de Colônia, na Alemanha, identificaram um anticorpo capaz de neutralizar 98% das variantes conhecidas do HIV. O achado amplia as perspectivas de desenvolvimento de novas terapias e formas de prevenção contra o vírus, que desde 1981 já causou cerca de 44 milhões de mortes em todo o mundo, segundo o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/Aids (Unaids).

De acordo com a agência da ONU, o número de mortes causadas pela Aids vem diminuindo progressivamente. O pico ocorreu em 2004, com 2,1 milhões de óbitos. Em 2024, foram registradas cerca de 630 mil mortes relacionadas à doença.

A equipe liderada por Florian Klein, diretor do Instituto de Virologia de Colônia, analisou amostras de sangue de 32 pessoas infectadas com o HIV. Dessas amostras, foram isolados mais de 800 anticorpos que apresentavam alta capacidade de neutralização. Entre eles, um se destacou: o 04_A06.

Esse anticorpo atua impedindo que o vírus se ligue às células do corpo, bloqueando o ponto de entrada usado pelo HIV para se multiplicar e enfraquecer o sistema imunológico. Em testes laboratoriais com camundongos infectados, o 04_A06 neutralizou a maioria das infecções e se mostrou eficaz contra 340 variantes diferentes do vírus, incluindo aquelas resistentes a outros anticorpos.

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Klein explicou que o anticorpo se liga à proteína do envelope viral, impedindo que o HIV infecte novas células. Além disso, essa ligação torna o vírus mais facilmente identificado e eliminado pelo próprio sistema imunológico.

Potencial de uso como imunização passiva

Os cientistas acreditam que o anticorpo 04_A06 pode ser aplicado tanto para tratamento de pessoas já infectadas quanto para prevenção de novas infecções. Nesse caso, atuaria como uma forma de imunização passiva, em que o corpo recebe anticorpos prontos em vez de produzi-los naturalmente — como ocorre em uma vacina.

Segundo Klein, o tratamento com o novo anticorpo poderia reduzir a necessidade de medicações diárias. Ele estima que o 04_A06 possa oferecer proteção por até seis meses, com eficácia superior a 90%, semelhante a fármacos injetáveis como lenacapavir e cabotegravir, já usados na profilaxia do HIV.

Vacina contra o HIV ainda está em fase experimental

Embora o novo anticorpo represente um avanço importante, ainda não há vacina contra o HIV. Pesquisas baseadas em tecnologia de RNA mensageiro (mRNA) estão em andamento e buscam estimular a produção de anticorpos a partir de uma proteína do envelope do vírus, semelhante à utilizada nas vacinas contra a covid-19.

Klein reconheceu que o desafio é induzir o corpo humano a produzir anticorpos amplamente neutralizantes. Já Alexandra Trkola, diretora do Instituto de Virologia Médica da Universidade de Zurique, afirmou que o 04_A06 é um anticorpo “extraordinariamente potente” dentro do grupo de neutralizantes conhecidos, por conseguir resultados que normalmente só aparecem com combinações de anticorpos.

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Próximos passos da pesquisa

Especialistas alertam que ainda são necessários testes clínicos em humanos antes que o anticorpo possa ser usado como medicamento. O chefe de Infectologia da Universidade Técnica de Munique, Christoph Spinner, destacou que os resultados obtidos até agora vêm apenas de estudos de laboratório e não podem ser extrapolados diretamente para o uso clínico.

Novas etapas de pesquisa devem avaliar dosagem, segurança e eficácia em pessoas, o que pode levar alguns anos. Apesar disso, os resultados são considerados promissores e reforçam a busca por novas estratégias contra o HIV.

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