Historiador Peninha perde contratos após fala sobre Charlie Kirk

As declarações do escritor e historiador Eduardo Bueno, conhecido como Peninha, sobre a morte do ativista norte-americano Charlie Kirk geraram repercussão negativa e resultaram no cancelamento de eventos em Porto Alegre.

Uma roda de conversa promovida pela Livraria da Travessa, no shopping Iguatemi, foi suspensa após a divulgação de um vídeo nas redes sociais. Em nota publicada nos stories do Instagram, a livraria informou: “O evento 'Porto Alegre, suas histórias e suas livrarias', com Eduardo Bueno, que aconteceria hoje (13/09), foi cancelado”.

A Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS) também cancelou uma apresentação do escritor, marcada para o dia 14 de setembro. Em vídeo posterior, Peninha afirmou que o cancelamento ocorreu em comum acordo e que considerava a decisão da instituição coerente com suas convicções.

Reações políticas

Parlamentares gaúchos se manifestaram contra as falas de Eduardo Bueno. O vereador de Porto Alegre Ramiro Rosário (NOVO) acusou o escritor de promover discurso de ódio e disse ter comunicado o consulado norte-americano, alegando risco à segurança de brasileiros e americanos.

Rosário mencionou ainda que Bueno citou em vídeo que sua filha reside em Austin, no Texas, em área próxima a uma das residências de Elon Musk, e insinuou a possibilidade de ataques. Para o parlamentar, as falas configuram ameaça e justificam medidas legais.

“Minha filha está morando no Texas. Você acredita que minha filha está em Austin e mora perto de uma das casas de Elon Musk? Não sei o que ela vai fazer lá. Se algum ataque acontecer... [risos]”.

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O deputado estadual Felipe Camozzato (NOVO) também criticou Peninha, em vídeo conjunto com Rosário, afirmando que as declarações podem incentivar seguidores a cometer novos atos.

Representação no MPF

O deputado estadual Guto Zacarias (União) protocolou uma representação no Ministério Público Federal contra Eduardo Bueno, alegando que as declarações configuram apologia e incitação ao crime, com base nos artigos 286 e 287 do Código Penal.

A polêmica teve início após Bueno ironizar a morte de Charlie Kirk, ativista norte-americano ligado a movimentos conservadores.