
As relações comerciais entre Brasil e Estados Unidos voltaram ao centro do debate econômico neste fim de semana. O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou em São Paulo que o governo brasileiro busca “permanentemente” derrubar as tarifas impostas a produtos nacionais pelo mercado norte-americano, conhecidas como tarifaço.
“Se depender de nós, acaba amanhã”, declarou Alckmin durante um evento do programa Carro Sustentável, voltado à redução de impostos para veículos menos poluentes.
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O vice-presidente ressaltou que a estratégia é baseada em diálogo e negociação, com a expectativa de ampliar o número de produtos brasileiros excluídos da sobretaxa e, ao mesmo tempo, reduzir o percentual aplicado.
A declaração acontece dias após o anúncio de que o Departamento de Comércio dos EUA decidiu enquadrar derivados brasileiros de aço e alumínio sob a mesma taxa aplicada ao restante do mundo, inferior aos 50% que vinham sendo cobrados.
Segundo Geraldo Alckmin, essa mudança representa um alívio para setores que utilizam intensamente esses insumos, como a indústria de máquinas, retroescavadeiras e motocicletas.
Para mitigar os impactos do tarifaço, o governo brasileiro também acionou medidas internas de apoio aos exportadores. O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aumentou em R$ 10 bilhões a linha de crédito disponível ao setor, elevando o total de R$ 30 bilhões para R$ 40 bilhões. A expectativa é dar fôlego às empresas que enfrentam custos adicionais para competir no mercado externo.
Além da pressão sobre os EUA, o governo busca abrir novos horizontes comerciais. Alckmin embarca na próxima terça-feira (26) para o México, com a missão de ampliar a parceria bilateral em áreas estratégicas como biocombustíveis, energia, combustível sustentável de aviação (SAF), aparelhos médicos, complexo da saúde e agroindústria. “Temos uma corrente de comércio significativa com o México e podemos fazê-la crescer ainda mais”, destacou.
A ofensiva faz parte de uma política mais ampla de diversificação de mercados e fortalecimento da competitividade brasileira em setores industriais e de exportação.
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Para os analistas, a insistência no diálogo com os Estados Unidos somada ao esforço de abertura em outros países latino-americanos indica a tentativa do governo de equilibrar pressões externas com medidas internas de estímulo econômico.
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