Entenda o motivo que fez Bolsonaro deixar prisão domiciliar

Neste sábado (16), o ex-presidente Jair Bolsonaro deixou pela primeira vez desde o início da prisão domiciliar a residência onde cumpre a medida decretada pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A saída teve como objetivo a realização de exames médicos em Brasília, poucos dias antes da decisão da Corte sobre o julgamento que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado.

Autorizado pelo STF, Bolsonaro se dirigiu ao hospital DF Star, onde passará por uma série de exames indicados pela defesa dele após apresentar “sintomas de refluxo e soluço” crônicos. Segundo interlocutores próximos ao ex-presidente, ele tem sofrido crises recorrentes de soluço, o que motivou o pedido médico para acompanhamento especializado. O deslocamento foi monitorado pela Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal (Seape-DF), que fiscaliza o cumprimento das medidas cautelares. Bolsonaro utilizou tornozeleira eletrônica durante todo o trajeto.

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Desde o início de agosto deste ano (2025), Bolsonaro estava confinado na residência dele por violar a proibição judicial de se manifestar em redes sociais, medida que visava evitar interferências em investigações em andamento. Durante esse período, ele limitou as aparições públicas, mantendo contato apenas com alguns apoiadores e sem falar com a imprensa. A saída para o hospital marcou a primeira oportunidade do ex-presidente de se deslocar fora de casa desde a prisão domiciliar, gerando grande expectativa entre os apoiadores dele.

Ao chegar ao hospital, Bolsonaro fez apenas um breve aceno a cerca de 20 apoiadores que o aguardavam do lado de fora, segurando bandeiras do Brasil, de Israel e dos Estados Unidos. Ele não concedeu entrevistas nem falou com jornalistas, seguindo a determinação judicial que o impede de se expressar nas redes sociais, seja diretamente ou por meio de terceiros, sob a justificativa de que as publicações poderiam obstruir a Justiça.

O ex-presidente sofre ainda sequelas de uma facada sofrida em 2018, durante a campanha eleitoral. No hospital, ele terá permissão para permanecer por até oito horas, após o que deverá retornar à residência onde cumpre a prisão domiciliar. Durante todo o período, a movimentação dele será acompanhada pelas autoridades competentes para garantir o cumprimento das medidas impostas pelo STF.

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Bolsonaro mantém a alegação de inocência e afirma ser alvo de uma “perseguição”. A questão agora segue tramitando no STF, que convocou sessões entre os dias 02 e 12 de setembro para definir se o ex-presidente é culpado de planejar um golpe de Estado contra o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A pena prevista em caso de condenação pode chegar a aproximadamente 40 anos de prisão, de acordo com informações da Corte.