
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) removeu ainda no domingo (4) de suas redes sociais vídeo que motivou pedido de prisão domiciliar de Jair Bolsonaro (PL), nesta segunda, por orientação dos advogados de seu pai.
Ele disse, antes da decisão do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), entender que não havia qualquer problema na publicação, mas optou por seguir orientação da defesa e falou em insegurança jurídica.
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"Na minha opinião, não havia problema, já que ele faz apenas uma saudação. Não falou de processo, que é a vedação da cautelar. Mas os advogados dele estavam em dúvida e pediram para retirar", afirmou à Folha de S.Paulo.
"É uma insegurança jurídica sem precedentes na história do Brasil. Essa censura prévia é completamente inconstitucional e arbitrária", completou.
A ordem de prisão foi dada após Bolsonaro descumprir, no entendimento de Moraes, medidas cautelares impostas após a operação de 18 de julho, quando o ex-presidente foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica e proibido de usar redes sociais.
Moraes também proibiu visitas, a não ser de advogados e pessoas autorizadas dos autos, e de usar celulares, diretamente ou por meio de outras pessoas. Moraes diz, ainda, que o descumprimento da domiciliar resultará na decretação da prisão preventiva do ex-presidente.
Flávio Bolsonaro participou de manifestação no Rio de Janeiro, onde esteve ao lado de Claudio Castro. Ele falou com voz embargada sobre o pai e o uso de tornozeleira eletrônica e fez uma ligação com Bolsonaro, transmitida durante o ato.
No telefonema, o ex-presidente se limitou a dizer: "obrigado a todos. É pela nossa liberdade, nosso futuro, nosso Brasil. Sempre estaremos juntos".
A ausência de Bolsonaro na manifestação se deve às medidas cautelares impostas a ele por Moraes. O magistrado apontou risco de fuga, em meio à atuação do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) junto a autoridades dos EUA.
Proibido de usar redes sociais, o ex-presidente acompanhou as manifestações de sua casa, em Brasília, com alguns poucos auxiliares. Ele participou, por videochamada, do ato na Avenida Paulista e em Belém, mas apenas no Rio deu uma declaração.
Em seu discurso, o senador agradeceu a presença dos manifestantes, defendeu o pai e xingou Moraes.
"Ele [Bolsonaro] não está aqui hoje, mas está dentro de cada um de nós por todo Brasil. Ontem, fui visitar meu pai na casa dele. E sai de lá triste, emocionado, mas também muito feliz. Voltei triste como filho de, ao entrar na casa do meu pai, ele estar sentado no sofá com uma tornozeleira na perna, carregando na tomada como se fosse um bandido. Mas não é", disse.
"Um homem honesto, um homem honrado, um homem patriota e um homem invejado por esse vagabundo do Alexandre de Moraes", disse no carro de som, pouco antes de fazer uma ligação com seu pai ao vivo.
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