
Mesmo sob rígidas medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro voltou ao centro da polêmica após aparecer em vídeo usando tornozeleira eletrônica e discursando para apoiadores.
A gravação, que foi publicada nas redes sociais, levou o ministro Alexandre de Moraes a dar 24 horas para que a defesa explique o possível descumprimento das restrições, sob pena de prisão imediata.
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A aparição foi registrada nesta segunda-feira (21), após uma reunião de quase quatro horas com parlamentares do Partido Liberal (PL) na Câmara dos Deputados.
Na saída, além de provocar tumulto entre apoiadores e jornalistas, Bolsonaro fez nova declaração pública criticando as decisões do STF e classificando o monitoramento eletrônico como “humilhação máxima”, que estava sendo vítima de injustiça, entre outras coisas, diante das câmeras.
A decisão de Moraes proíbe o ex-presidente de usar redes sociais, inclusive por meio de terceiros, e divulgar qualquer conteúdo audiovisual. O ministro entendeu que a recente divulgação do vídeo constitui tentativa de burlar a ordem judicial, o que, segundo a legislação penal, pode resultar na reversão das medidas cautelares em prisão preventiva.
Além de Bolsonaro, a Ação Penal 2.668, que trata da tentativa de golpe de Estado, envolve outros nomes importantes do antigo governo, como os generais Braga Netto, Augusto Heleno, Almir Garnier e o ex-diretor da Abin, Alexandre Ramagem.
Congresso em ebulição
O episódio desta segunda-feira também marcou uma forte reação de aliados do ex-presidente. Cerca de 54 parlamentares de partidos como PL, Republicanos, PP, PSD, Novo e União Brasil se reuniram em Brasília e decidiram suspender o recesso parlamentar para traçar estratégias de enfrentamento às decisões do STF.
A reunião, convocada pelo líder do PL, deputado Sóstenes Cavalcante, definiu como prioridade da oposição a defesa de anistia para presos do 8 de janeiro, o fim do foro privilegiado para crimes comuns, e o impeachment do ministro Alexandre de Moraes, que vem sendo acusado de promover uma “ditadura da toga”.
A senadora Damares Alves (Republicanos) também defendeu a abertura de processo contra Moraes, alegando violações de direitos humanos e impacto negativo nas instituições e na economia.
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O clima de confronto entre Judiciário e setores da oposição bolsonarista deve continuar em alta nos próximos dias, enquanto o STF aguarda o posicionamento oficial da defesa de Bolsonaro sobre os vídeos publicados nas redes.
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