
Onze bebês recém-nascidos, que deveriam receber a vacina contra hepatite B, foram medicados com antídoto contra veneno de cobra em um hospital filantrópico de Canoinhas, no norte de Santa Catarina. O erro ocorreu entre os dias 09 e 11 de julho no Hospital Santa Cruz, que tem convênio com a prefeitura e realiza atendimentos pelo Sistema Único de Saúde (SUS). As famílias foram notificadas e os bebês estão sendo monitorados por uma equipe médica. Até o momento, nenhum deles apresentou reações adversas.
O hospital confirmou a troca dos medicamentos em nota oficial e informou que uma sindicância foi aberta para apurar o caso. “Reforçamos que nenhuma reação adversa foi identificada nos recém-nascidos, os quais não estão internados, permanecem estáveis e sob acompanhamento”, afirmou a instituição.
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Medicamento trocado é usado em picadas de jararaca
A substância aplicada por engano é a imunoglobulina heteróloga, um antibotrópico usado para o tratamento contra picadas da cobra jararaca. Segundo o hospital, o erro pode ter ocorrido devido à semelhança entre os rótulos dos dois medicamentos, ambos fornecidos pelo mesmo laboratório, e ao armazenamento incorreto do soro.
A troca só foi identificada no último dia 12. Desde então, medidas de acolhimento às famílias e monitoramento constante dos bebês foram adotadas. O hospital também esclareceu que a dose aplicada foi de apenas 0,5 ml, quantidade considerada muito inferior às doses indicadas em casos reais de envenenamento por serpente, o que, segundo os médicos, elimina o risco de reações graves.
Vacinas ainda podem ser aplicadas
De acordo com a Diretoria de Vigilância Epidemiológica (DIVE), que foi notificada e acompanha a situação, não há registros de efeitos colaterais severos nos bebês até agora. A orientação é manter eles em observação por até 30 dias.
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Além disso, como a vacina contra hepatite B (dose zero) pode ser administrada até o 30º dia de vida, os recém-nascidos ainda poderão ser imunizados corretamente, assim como com a vacina BCG, também indicada nas primeiras semanas após o nascimento.
A prefeitura de Canoinhas, que repassa cerca de R$ 1 milhão por mês ao hospital para auxiliar nos atendimentos via SUS, anunciou que vai contratar uma auditoria externa para investigar o caso. A Secretaria Estadual de Saúde reforçou que erros de imunização devem ser notificados e que acompanha, junto ao município, as providências adotadas.
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