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"VELHAS MANOBRAS RETÓRICAS"

Lula critica Israel, Otan e corrida nuclear na abertura dos Brics

Ele afirmou que aumento de gastos militares dos países do bloco cria uma nova corrida armamentista

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Imagem ilustrativa da notícia Lula critica Israel, Otan e corrida nuclear na abertura dos Brics camera Reunião da cúpula deve seguir até esta segunda-feira (7) | (Ricardo Stuckert/PR)

Durante o discurso de abertura da Cúpula dos Brics, neste domingo (6), no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez duras críticas à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), à instrumentalização de agências da ONU para justificar ações militares e ao que chamou de "genocídio" praticado por Israel na Faixa de Gaza.

Lula afirmou que a recente decisão da Otan, que prevê aumento dos gastos militares dos países membros para 5% do PIB, estimula uma nova corrida armamentista. “É mais fácil destinar 5% do PIB para gastos militares do que alocar os 0,7% prometidos para Assistência Oficial ao Desenvolvimento. Isso evidencia que os recursos para implementar a Agenda 2030 existem, mas não estão disponíveis por falta de prioridade política”, declarou.

“É sempre mais fácil investir na guerra do que na paz”, completou.

A medida da Otan foi tomada na primeira reunião da aliança após a eleição do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que vinha pressionando países europeus a ampliarem seus investimentos em defesa. A aliança militar conta com 32 membros, entre eles EUA, Canadá e nações da Europa.

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Lula também acusou potências internacionais de repetirem manobras retóricas para legitimar ações militares e denunciou a "instrumentalização" de órgãos da ONU. “Velhas manobras retóricas são recicladas para justificar intervenções ilegais. Assim como ocorreu no passado com a Organização para a Proibição de Armas Químicas, a instrumentalização dos trabalhos da Agência Internacional de Energia Atômica coloca em jogo a reputação de um órgão fundamental para a paz”, afirmou.

O presidente alertou ainda para o retorno do medo de um desastre atômico. “O temor de uma catástrofe nuclear voltou ao cotidiano”, disse.

As declarações acontecem após recentes ataques de EUA e Israel a instalações nucleares no Irã, sob a alegação de que o país estaria próximo de desenvolver armas nucleares — justificativa semelhante à usada pelos EUA na invasão do Iraque em 2003, cujas supostas armas de destruição em massa nunca foram encontradas. O governo iraniano afirma que seu programa nuclear tem fins pacíficos.

Gaza e a acusação de genocídio

Lula voltou a condenar os ataques de Israel à Faixa de Gaza e reafirmou a posição brasileira favorável à criação de um Estado palestino. “Absolutamente nada justifica as ações terroristas perpetradas pelo Hamas. Mas não podemos permanecer indiferentes ao genocídio praticado por Israel em Gaza e a matança indiscriminada de civis inocentes e o uso da fome como arma de guerra”, disse.

A declaração repete o tom crítico adotado pelo presidente brasileiro em ocasiões anteriores, o que já levou Israel a considerá-lo “persona non grata”, especialmente após a comparação entre a situação dos palestinos e o Holocausto, feita em 2023.

Lula defendeu a retomada das negociações de paz e o fim da ocupação israelense. “A solução desse conflito só será possível com o fim da ocupação israelense e com o estabelecimento de um Estado palestino soberano, dentro das fronteiras de 1967”.

Guerra na Ucrânia e diplomacia brasileira

Em tom mais moderado, Lula também abordou o conflito na Ucrânia, sem mencionar diretamente a Rússia, membro do Brics. Ele reiterou os esforços do Brasil para mediar o fim da guerra.

“É urgente que as partes envolvidas na guerra na Ucrânia aprofundem o diálogo direto com vistas a um cessar-fogo e uma paz duradoura”, disse. O presidente destacou a criação do "Grupo de Amigos para a Paz", liderado por Brasil e China, que busca alternativas diplomáticas ao conflito.

Lula afirmou ainda que o Brasil condena violações à soberania nacional, citando tanto o Irã quanto a Ucrânia.

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Brics ampliado

A Cúpula dos Brics reúne, até esta segunda-feira (7), os líderes dos países que compõem o grupo: Brasil, Rússia, Índia, China, África do Sul, além dos novos integrantes Irã, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Egito, Etiópia e Indonésia. O bloco representa cerca de 46% da população mundial e 40% do PIB global, consolidando-se como uma alternativa relevante aos fóruns liderados por países ocidentais.

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