
O mais recente Mapa da Segurança Pública do Brasil, divulgado nesta quarta-feira (11) pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), acende um alerta vermelho sobre a escalada da violência no país, especialmente contra mulheres. O levantamento, que traz dados consolidados até 2024, revela um crescimento expressivo nos casos de estupro e feminicídio, além de apresentar um panorama das apreensões de drogas e armas de fogo em todo o território nacional.
Entre os dados mais alarmantes está o aumento de 25,8% nos casos de estupro registrados nos últimos cinco anos. Em 2020, foram 66.056 vítimas. Já em 2024, esse número saltou para 83.114 — o equivalente a uma média de 227 casos por dia. Em 2023, foram 82.204 registros, com uma taxa de 38,83 estupros a cada 100 mil habitantes. No ano anterior, essa taxa era de 37,82, com 79.741 vítimas.
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As regiões mais afetadas revelam contrastes: enquanto o Sudeste lidera em números absolutos, com 29.007 vítimas em 2024, o Norte registrou o maior crescimento proporcional — um salto de 62,44% na taxa de estupros. Estados como a Paraíba (com alta de 100%), Amazonas (42,91%) e Amapá (35,95%) chamam atenção pelo aumento expressivo de casos em apenas um ano.
A violência sexual atinge majoritariamente mulheres: 86% das vítimas registradas em 2024 eram do sexo feminino, totalizando 71.834 mulheres. São Paulo aparece no topo dos estados com maior número absoluto de mulheres vítimas, com 13.790 registros.
Feminicídio: quatro mulheres mortas por dia
Os dados sobre feminicídio — assassinatos motivados por gênero — também preocupam. Em 2024, houve aumento de 0,69% em relação ao ano anterior, mantendo a taxa nacional de 1,34 casos a cada 100 mil mulheres. Na prática, isso significa que quatro mulheres foram mortas por dia por serem mulheres.
Estados como o Piauí (42,86%), Maranhão (38%) e Paraná (34,57%) lideram os aumentos percentuais. Já as capitais com maior número de vítimas em 2024 foram São Paulo e Rio de Janeiro, ambas com 51 casos de feminicídio.
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Drogas e armas: números em movimento
O relatório também aponta para um aumento nas apreensões de drogas. Foram 1,4 mil toneladas de maconha apreendidas em 2024 — um crescimento de 10% em relação a 2023, mesmo sem os dados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Isso representa uma média de 3,8 toneladas por dia, o maior volume dos últimos dois anos.
A cocaína seguiu o mesmo ritmo: 137.357 quilos da droga foram apreendidos em 2024, um aumento de 5,5% — também o maior volume em cinco anos.
Já no que diz respeito às armas de fogo, houve uma leve redução geral nas apreensões, com queda de 2,6%. No entanto, o fuzil, arma de uso restrito e alto poder destrutivo, teve um crescimento expressivo: 1.957 unidades apreendidas em 2024, contra 1.365 no ano anterior — um aumento de 43%.
Panorama nacional
Os dados divulgados pelo MJSP são provenientes das unidades federativas, por meio do Sinesp Validador de Dados Estatísticos (Sinesp VDE), e ajudam a construir um retrato essencial para o planejamento de políticas públicas de segurança. O levantamento reforça a urgência de ações mais eficazes no enfrentamento da violência e na proteção dos direitos das mulheres, além de medidas estratégicas no combate ao crime organizado.
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