
Na manhã desta segunda-feira (19), o policial civil José Antônio Lourenço foi fatalmente atingido durante a execução da Operação Gelo Podre, na comunidade da Cidade de Deus. O agente, que integrava a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core), uma das unidades de elite da Polícia Civil do Rio de Janeiro, já havia ocupado o cargo de subsecretário de Ordem Pública no estado.
A operação visava cumprir mandados de busca relacionados à investigação sobre a fabricação e venda de gelo contaminado, que afeta banhistas na região. Durante a ação, houve um intenso confronto entre os policiais e indivíduos armados, resultando na tragédia.
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Segundo informações fornecidas pela Secretaria Estadual de Polícia Civil, Lourenço foi imediatamente socorrido e transportado ao Hospital Municipal Lourenço Jorge. Apesar dos esforços médicos e de uma cirurgia realizada, ele não sobreviveu aos ferimentos.
A Secretaria expressou seu pesar pela perda do agente: "A morte de um integrante da nossa equipe é sentida com grande dor e indignação. Nos solidarizamos com os familiares, amigos e colegas neste momento de luto que também afeta toda a instituição", afirmou em nota oficial.
Além de sua carreira policial, Lourenço atuava como diretor jurídico do Sindicato dos Policiais Civis e fundou a Evolugis, uma consultoria focada em gestão e liderança empresarial. Em suas postagens, ressaltava a importância da gestão eficaz para o sucesso organizacional: "A gestão é um elemento crucial para o sucesso de qualquer empreendimento. A gestão de pessoas é ainda mais evidente, pois são elas que fazem os negócios acontecerem".
A Operação Gelo Podre concentrou-se em alvos específicos na Cidade de Deus e na Barra da Tijuca, onde se identificou que as empresas investigadas controlam uma parte significativa do abastecimento de gelo utilizado em quiosques e bares locais. A apuração teve início em fevereiro, após uma fiscalização conjunta que coletou amostras do produto vendido ao público. Dois laudos da Cedae confirmaram a presença alarmante de coliformes fecais nas amostras analisadas.
Após essa descoberta, equipes policiais e técnicas retornaram ao local para avaliar as condições de armazenamento do gelo, verificar o uso de água e eletricidade de forma irregular e investigar possíveis crimes ambientais. A Delegacia do Consumidor (Decon) anunciou que novas amostras seriam coletadas para análise pericial a fim de confirmar a contaminação.
O secretário estadual do ambiente, Bernardo Rossi, destacou a gravidade da situação: "A presença de coliformes evidencia falhas graves no controle sanitário. Desde o ano passado, estamos fiscalizando diversas empresas, muitas delas clandestinas, que atuam na venda de gelo sem os cuidados necessários para a saúde pública. Nossa meta é proteger a população contra produtos fora dos padrões sanitários".
A Delegacia do Consumidor prossegue com as investigações e ações para coibir práticas ilegais relacionadas à fabricação e comercialização de gelo contaminado.
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