
Em 2005, a missionária norte-americana Dorothy Stang foi brutalmente assassinada em Anapu, no sudoeste do Pará, em meio a uma série de conflitos agrários que envolviam grileiros, madeireiros e defensores da reforma agrária. Vinte anos depois, a violência no campo persiste.
Na última sexta-feira (18), o agricultor e líder comunitário Ronildo de Jesus Santos foi executado com tiros na cabeça, na mesma região onde Dorothy foi morta. O crime aconteceu no quintal da casa da vítima, no bairro Alto Bonito. Ronildo estava sozinho quando foi surpreendido por pistoleiros. Ele morreu no local.
Na quarta-feira (23), a Polícia Civil prendeu três suspeitos de envolvimento no crime. Um quarto indivíduo também é investigado. O caso segue sob sigilo e está sendo conduzido pela Delegacia de Conflitos Agrários (Deca) de Altamira.
Ronildo era uma das principais lideranças do Projeto de Desenvolvimento Sustentável (PDS) Virola-Jatobá e dirigente da Confederação Nacional dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura Familiar do Brasil (Contraf Brasil). Atuava em defesa da reforma agrária e havia denunciado recentemente a presença de madeireiros e pistoleiros em áreas ocupadas por cerca de 120 famílias assentadas.
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No dia 14 de abril, quatro dias antes do assassinato, ele gravou um vídeo denunciando essas invasões ilegais, material que, segundo as investigações, pode ter motivado sua execução.
O corpo de Ronildo foi encontrado por volta das 14h20 da sexta-feira e enterrado no domingo (20), no cemitério público municipal de Anapu.
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