
Em um cenário global marcado pelo envelhecimento da população, a busca por tratamentos eficazes contra doenças neurodegenerativas tem se tornado uma das maiores prioridades da medicina contemporânea. Entre essas enfermidades, o Alzheimer desponta como um dos desafios mais urgentes e complexos.
Foi nesse contexto que a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou, nesta terça-feira (22), o primeiro medicamento voltado ao tratamento de sintomas iniciais da doença de Alzheimer no Brasil. Trata-se do Kisunla (donanemabe), desenvolvido pela farmacêutica Eli Lilly. Já autorizado para uso nos Estados Unidos desde o ano passado, o remédio passa agora a integrar as opções terapêuticas disponíveis em território brasileiro.
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Indicado para pacientes em estágios iniciais da doença, com comprometimento cognitivo leve ou demência leve, o donanemabe é um anticorpo monoclonal. Sua função é se ligar à proteína beta-amiloide — principal responsável pela formação das placas que se acumulam no cérebro de pessoas com Alzheimer. Ao atuar diretamente nesses aglomerados, o medicamento busca reduzir sua presença e, com isso, retardar a progressão clínica da doença.
A administração do donanemabe é feita por via intravenosa, com uma dose mensal. A formulação aprovada pela Anvisa vem em ampolas de 20 mililitros e o uso só pode ser feito com prescrição médica. A agência reguladora informou ainda que a segurança e a eficácia do medicamento continuarão sendo avaliadas rigorosamente, mesmo após sua liberação.
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A aprovação foi embasada em um estudo internacional realizado em oito países, envolvendo 1.736 pacientes diagnosticados em estágio inicial. O protocolo clínico incluiu doses de 700 miligramas nas três primeiras aplicações, seguidas por doses mensais de 1.400 miligramas. Após 76 semanas de acompanhamento, os participantes que receberam o donanemabe apresentaram uma progressão significativamente menor da doença em comparação com o grupo placebo.
No entanto, o novo tratamento não é indicado para todos os pacientes. Há contra indicações importantes, como para pessoas que utilizam anticoagulantes (como a varfarina) e para aquelas diagnosticadas com angiopatia amiloide cerebral. Além disso, indivíduos portadores do gene ApoE ε4, associado a maior risco de efeitos adversos, também não devem utilizar o medicamento.
Entre os efeitos colaterais mais frequentes estão reações à infusão, febre, dor de cabeça e sintomas semelhantes aos de uma gripe. Ainda assim, a chegada do Kisunla ao Brasil é vista como um passo relevante no enfrentamento do Alzheimer, ampliando as possibilidades de tratamento e trazendo novas perspectivas para pacientes e familiares.
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