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CRIME BÁRBARO EM SP

Adolescente enterrada em sítio: o que se sabe sobre a morte

Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, estava desaparecida desde dezembro de 2023.

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Imagem ilustrativa da notícia Adolescente enterrada em sítio: o que se sabe sobre a morte camera Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, estava desaparecida desde dezembro de 2023. | Reprodução

Um corpo foi encontrado enterrado na última terça-feira (27) em um sítio em Nova Granada, interior de São Paulo. Era da adolescente Giovana Pereira Caetano de Almeida, de 16 anos, que estava desaparecida desde dezembro de 2023.

Saiba quem era a jovem

Segundo a mãe, Giovana Pereira era uma menina inteligente e muito dedicada. Patrícia Alessandra Pereira contou que a filha aprendeu a falar inglês sozinha e tinha o sonho de fazer um intercâmbio para o Canadá. "Ele conquistava todo mundo, era extrovertida e muito decidida a realizar os seus sonhos", relembra a mãe.

Giovana era a sua melhor amiga, lembrou Patrícia: "A gente dormia fazendo carinho uma na outra, assistíamos a séries juntas, com brigadeiro e pipoca".

A mãe afirmou que a menina concluiu o ensino médio, sempre estudou em bons colégios e queria ter o próprio dinheiro. "Ela sempre falou que queria trabalhar, mas eu dizia que não tinha necessidade, meus filhos sempre tiveram o que precisavam", diz Patrícia ao detalhar que a condição financeira da família era boa.

A adolescente não morava mais com a mãe. Ela teria saído de casa para morar com uma amiga em outubro do ano passado.

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Suspeito do crime é empresário

O principal suspeito do crime é Gleison Luís Menegildo, 45, empresário, dono do imóvel onde a adolescente foi encontrada morta. Ele detalhou em depoimento à polícia que Giovana pediu um emprego a ele, segundo o delegado do caso, Ericson Salles, em entrevista à TV TEM.

A mãe, no entanto, disse não ter conhecimento de que a filha teria pedido uma vaga de emprego ao suspeito. Patrícia tem dúvidas sobre a versão do empresário. "Tenho dúvida se não foi ele que falou para ela ir ao local levar o currículo. É muito fácil jogar a culpa e toda responsabilidade para a minha filha, de que ela foi lá, que ela usou droga, que ficou beijando os homens, que estava com roupas inapropriadas, sendo que estava de calça jeans, camiseta e tênis. Estão culpando a única pessoa que sabe o que aconteceu e não pode dizer", lamentou.

Empresário conheceu Giovana em app e enterrou corpo 'por desespero'

Gleison Luís Menegildo contou que ele e Giovana se conheceram por meio de uma plataforma online para encontros. Na época, o empresário e adolescente marcaram um encontro presencial, saíram juntos e continuaram mantendo contato, até que ela teria pedido um emprego a ele.

O empresário teria pedido que a jovem levasse o currículo para ele "analisar". Conforme o delegado, foi nessa ocasião que Gleison voltou a encontrar Giovana, na sede da empresa dele, localizada em São José do Rio Preto.

O suspeito alegou que a adolescente fez uso de drogas no local. Gleison também teria dito aos policiais que após conversarem sobre a possibilidade de contratação, saiu para comprar bebidas e, ao retornar, viu a jovem "aos beijos e abraços" com outro funcionário da empresa. Posteriormente, a menina teria passado mal, ele tentou reanimá-la, mas não conseguiu.

"Ele [Gleison] disse que ela chegou, eles conversaram e, em um dado momento, ela usou um cigarro de maconha. Após isso, ele teria saído para buscar uma cerveja e, quando retornou, viu um funcionário em beijos e abraços com ela. Em um dado momento, esse funcionário disse que viu ela passando mal após usar cocaína que estaria na mesa, em um recipiente de remédio. Após isso, ele [Gleison] disse que tentou fazer os primeiros socorros e, como estava em desespero, acabou colocando ela na caminhonete e vindo para os outros locais", afirmou o delegado Ericson Salles, da PCSP, em entrevista à TV TEM.

Mãe flagrou troca de mensagens

A troca de mensagens ocorreu em maio de 2023. Patrícia Alessandra Pereira contou ao UOL que mexeu no celular da filha e viu o conteúdo da conversa com Gleison. Segundo a mãe, na ocasião, Giovana admitiu que havia se relacionado com o empresário.

"Ela disse que se relacionava com ele, que os dois tiveram uma relação e que ele ofereceu ajuda financeira para ela. Falei que ela não precisava disso. Ela me disse que não teria mais encontrado com ele", explicou Patrícia.

Último contato de Giovana com a mãe foi no dia 20 de dezembro de 2023, um dia antes de desaparecer. "Conversei normalmente com ela no dia 20 de dezembro, mas no dia 21 ela não me mandou mensagem. Achei estranho porque a gente conversava muito. No dia 22, ela continuava sem me atender, e o seu celular já não recebia mensagens", contou a mãe.

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Patrícia detalhou que procurou a polícia no dia 23 de dezembro. Ela acrescentou que também começou a procurar pela filha por contra própria. "Fiz contato com o Brasil inteiro, falei com todos os amigos, fiquei paranoica procurando a localização dela nas redes sociais", relatou.

A mãe teme que influência do empresário na região possa comprometer as investigações. "A lei não é para todos? Vou continuar acompanhando de perto os passos da polícia. Ele destruiu a minha família, matou todos os sonhos dela", finalizou a mãe.

Caseiro diz que enterrou corpo a mando do patrão

Caseiro do sítio indicou onde a jovem estava enterrada e confessou à PM que ajudou a abrir cova. Conforme o boletim de ocorrência, Cleber Danilo Partezani explicou que no dia 21 de dezembro de 2023, o patrão teria aparecido no sítio e pedido que ele abrisse um buraco em determinado local da propriedade.

O empresário, segundo versão do caseiro, pediu segredo e admitiu que iria enterrar um corpo humano. O patrão, porém, não teria informado se seria uma mulher ou homem, e teria retornado à propriedade em outros momentos para praticar tiro.

A polícia encontrou pertences da vítima junto ao cadáver. Foi solicitada perícia ao local e exames no Instituto Médico Legal. O caso foi registrado na Delegacia de Nova Granada como morte suspeita, destruição, subtração ou ocultação de cadáver e posse irregular de arma de fogo de uso permitido.

O que diz a defesa dos suspeitos

A defesa dos suspeitos negou que eles tenham assassinado a jovem. O advogado Carlos Sereno afirmou que vítima morreu em decorrência do consumo exagerado de drogas durante uma festa de confraternização da empresa de Gleison Luís Menegildo, no final do ano passado.

Segundo Carlos Sereno, o "laudo necroscópico irá confirmar que ela morreu de overdose" e que "na hora do desespero, acabaram fazendo essa besteira", detalhando sobre a ocultação do cadáver.

Sobre o suposto relacionamento de Gleison com a adolescente, o advogado informou que eles "tiveram apenas um encontro. Giovana teria recebido um valor, não informado, via Pix".

O empresário pagou R$ 15 mil de fiança. O caseiro pagou cinco salários mínimos para ser liberado. Segundo advogado, eles vão responder em liberdade.

Uma arma que estava na propriedade foi aprendida, um revólver sem registro. Uma segunda arma foi encontrada com o empresário, mas não ficou apreendida porque, segundo a polícia, ele é CAC (Colecionador, Atirador e Caçador). A investigação segue para determinar as circunstâncias exatas da morte da adolescente.

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