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FASE DE TESTES

Vacina contra febre maculosa controla carrapato transmissor

A imunização deve diminuir a densidade populacional do vetor e consequentemente interromper a transmissão da doença aos humanos

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Imagem ilustrativa da notícia Vacina contra febre maculosa controla carrapato transmissor camera Se o alvo encontrado para a obtenção de um imunizante for promissor, o carrapato que se alimentar de um animal vacinado morrerá, interrompendo o ciclo de proliferação da bactéria. | Fotomontagem: Cleber Siquette/Wikimedia Commons

Um estudo realizado no Laboratório de Bioquímica e Imunologia de Artrópodes do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da Universidade de São Paulo (USP) revelou que uma proteína durante a alimentação do carrapato-estrela (Amblyomma sculptum) é fundamental para a sua sobrevivência. Esse tipo de carrapatoé o causador da febre maculosa.

Esses resultados apontam um alvo promissor para o desenvolvimento de uma vacina contra a doença do carrapato. O artigo foi publicado na revista Parasites & Vectors e teve como primeira autora Marcelly Nassar, que realizou a pesquisa para sua dissertação de mestrado.

Essa semana ao menos três pessoas morreram após contraírem a bactéria transmitida pelo aracnídeo. As vítimas participaram do mesmo evento em uma fazenda no distrito de Joaquim Egídio, em Campinas (SP), no dia 27 de maio. A doença, que causa febre alta, inflamação nos vasos sanguíneos e outras complicações, pode matar principalmente se houver demora no diagnóstico e tratamento.

A Rickettsia rickettsii, bactéria que causa a doença, é transmitida pela picada de carrapatos infectados. No Brasil, duas espécies desses aracnídeos transmitem a bactéria para humanos. O carrapato-estrela, utilizado no estudo, é o principal vetor, mas há também o Amblyomma aureolatum, que transmite a bactéria na região metropolitana da cidade de São Paulo.

Na fase adulta, o carrapato se alimenta preferencialmente de cavalos e de capivaras, mas o número de casos no Brasil não justificaria a vacinação em pessoas. Se o alvo encontrado para a obtenção de um imunizante for promissor, o carrapato que se alimentar de um animal vacinado morrerá, interrompendo o ciclo de proliferação da bactéria.

“A diminuição da densidade populacional dos carrapatos por uma estratégia vacinal, consequentemente, interromperia em grande parte a transmissão da doença para os seres humanos. É uma estratégia vacinal diferente, mas espera-se que a resposta no hospedeiro seja a mesma”, explica a pesquisadora Marcelly Nassar ao Jornal da USP. Atualmente, ela faz testes da aplicação do imunizante em animais em sua pesquisa de doutorado.

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