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Juízas não denunciam quando sofrem assédio por medo 

88,9% afirmam não ter sofrido assédio sexual e 9,6% sofreram praticado por um homem

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Imagem ilustrativa da notícia Juízas não denunciam quando sofrem assédio por medo  camera Das que sofreram, 69,9% responderam ter silenciado para não se expor | ( Divulgação )

Uma pesquisa conduzida com 1.451 juízas brasileiras revela que nem mesmo elas escapam do receio de se expor quando sofrem assédio. A maioria afirma não ter buscado ajuda ou apenas pedido remoção para outra unidade.

O levantamento foi coordenado pelo corregedor nacional de Justiça do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), ministro Luís Felipe Salomão, e realizada pelo CPJ (Centro de Pesquisas Judiciais) da AMB (Associação dos Magistrados Brasileiros). Será divulgada por ocasião do Dia Internacional da Mulher, nesta quarta (8).

Um questionário com 103 perguntas foi enviado para 6.853 juízas, que puderam responder entre 22 de junho e 1º de agosto de 2022.

Do total das respondentes, 16% afirmaram ter sofrido assédio moral praticado por um homem; 7,9% por homem e mulher; 3,4% praticado por mulher e 3,4% preferiram não responder. Já 68% afirmaram não ter sofrido assédio moral.

Das que sofreram, 69,9% responderam ter silenciado para não se expor e 3,6% silenciaram e buscaram remoção para outra unidade. O restante buscou providências como registrar ocorrência, noticiar a ouvidoria do tribunal ou o CNJ.

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A situação se repete com o assédio sexual: 88,9% não sofreram, 9,6% sofreram praticado por um homem e 1,5% preferiu não responder. Das que sofreram, 84,2% silenciaram para não se expor e 3,6% silenciaram e buscaram remoção; o restante apenas buscou providências.

Quando a situação é levada para o campo hipotético, no entanto, as juízas afirmam que procurariam, sim, ajuda: 47% afirmam que denunciariam; 29% reportariam à comissão de prevenção ao abuso e ao assédio dos tribunais; e 16% registrariam ocorrência na delegacia.

"As mulheres juízas estão numa posição de poder em razão da própria função delas. O fato de ter que procurar o tribunal ou a delegacia causa exposição e pode gerar algum tipo de fragilidade que poderia prejudicá-las no trabalho. É como se expor uma vulnerabilidade tirasse a autoridade delas", analisa a juíza Caroline Tauk, secretária-adjunta do CPJ da AMB.

A pesquisa tem nível de confiança de 99% e margem de erro de 5% para mais ou para menos. Será divulgada nesta quarta-feira (8) pela AMB.

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