"Red pill": entenda termo usado por coach que ameaçou atriz

Ao receber ameaças de morte, a atriz Livia La Gatto registrou um boletim de ocorrência contra o coach Thiago Schutz, dono do perfil “Manual Red Pill”no Instagram, conhecido por propagar discursos misóginos e valorizar a submissão da mulher ao homem.

“Você tem 24 horas para retirar seu conteúdo sobre mim. Depois disso é processo ou bala. você escolhe”, intimida o coach em uma das mensagens, que também vieram acompanhadas de várias ligações.

Veja o vídeo com entrevista de Schutz que atriz reagiu e ele não gostou:

PouRRa, a mina me oferece uma breja, ela tá me teSSStanduuuu MEOOO 🤣🤣🤣 pic.twitter.com/Xh7lB6g3SA

— Giovana Fagundes (@giovanafagund3s) February 10, 2023

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Mas o que significa o termo que Schutz usa nos conteúdos?

A busca pelo termo cresceu consideravelmente no mês de fevereiro, em relação aos últimos 12 meses, de acordo com o Google Trends.

Nos vídeos, Thiago fala sobre como deve ser o comportamento de um homem "redpillado" e da postura de superioridade em relacionamentos com mulheres.

O termo faz uma referência deturpada ao filme Matrix, em que os personagens escolhem tomar a pílula vermelha (red pill) para enfrentar a verdade do mundo ou permanecer na realidade comum tomando a pílula azul.

Segundo informações do portal Band, na internet, o grupo nasceu no site de comunidades de fóruns Reddit, com debates sobre estratégias masculinas para se relacionar com mulheres, dividindo os participantes entre ‘machos alfa e beta’.

O sociólogo do Grupo Reinserir Psicologia, Rodrigo Breato, define que a comunidade promove “depreciação feminina, conservadorismo e necessidade constante de autoafirmação”.

As páginas de comunidades voltadas ao movimento acumulam seguidores e apoiadores, como é o caso do perfil comandado por Thiago no Instagram, e dos perfis "Homem Redpillado" e "Manual do Cafajeste - Red Pill" no Facebook.

“Um 'red pill' entende que uma mulher submissa é uma mulher ideal. É uma mulher a ser valorizada, desde que não demonstre independência de gênero”, afirma o sociólogo. O objetivo de quem concorda com a ideologia do movimento é ser o "alfa" da relação, ou seja, o "homem dominante".

O grupo também afirma que mulheres só se relacionam com um ‘beta’ caso envelheçam, tenham filhos ou sejam feias.

Para Rodrigo, o movimento que Thiago Schutz faz parte é formado essencialmente por “homens com dificuldade em lidar com frustrações e que não aceitam mulheres em destaque".