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CASO MIGUEL

Menino faria 8 anos; Sari Côrte Real segue em liberdade

Um dos casos que mais chocou e sensibilizou os brasileiros nos últimos anos não encerrou quando a patroa foi condenada a 8 anos de prisão. Ela segue em liberdade

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Imagem ilustrativa da notícia Menino faria 8 anos; Sari Côrte Real segue em liberdade camera Mesmo condenada, Sari Côrte Real segue em liberdade | Reprodução

Há pouco mais de dois anos, os brasileiros ficaram em choque e sensibilizados com a morte do menino Miguel Otávio de Santana, que caiu do 9º andar de um prédio de luxo, em Recife. Sarí Gaspar Côrtes Real, condenada a 8 anos e 6 meses de prisão pela morte do menino está em liberdade.

Nesta quinta-feira (17), Miguel, se vivo estivesse completaria 8 anos de idade. Uma postagem da mãe dele, Mirtes Santana, nas redes sociais marcou o que seria aniversário natalício do menino. "Se meu filho estivesse vivo, ele completaria 8 anos de idade, estaria um criança linda como sempre foi, hoje estaria mais ainda, me dando muito orgulho, me trazendo tanta felicidade por sua existência", escreveu Mirtes.

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A publicação veio ainda com o desabafo sobre o andamento do processo na Justiça. "Enquanto a criminosa Sarí Corte Real está solta e no início desse mês teve o privilégio de comemorar o aniversário da sua filha, eu choro por não ter meu filho no colo", escreveu a mãe de Miguel na rede social.

A Justiça de Pernambuco negou a prisão de Sarí Gaspar Côrte Real. A decisão é do juiz Edmilson Cruz Júnior, da 1ª Vara dos Crimes Contra a Criança e o Adolescente da Capital. Na sentença de condenação, de maio, o juiz José Renato Bizerra afirmou que "não há pedido algum a lhe autorizar a prisão preventiva, a sua presunção de inocência segue até trânsito em julgado da decisão sobre o caso nas instâncias superiores em face de recurso, caso ocorra".

Na decisão contra a prisão, o juiz Cruz Júnior afirma que o Ministério Público se manifestou contrário ao pedido feito pela assistência de acusação, com a alegação de que não há fato novo que justifique reavaliar a decisão. A assistência de acusação representa a mãe de Miguel, Mirtes Santana.

Sarí foi considerada culpada de abandono de incapaz com resultado em morte, mas tem direito de recorrer em liberdade.

O CASO

No dia 2 de junho de 2020, o menino Miguel Otávio caiu do nono andar do Condomínio Píer Maurício de Nassau, prédio de luxo que integra o conjunto conhecido como "Torres Gêmeas", no centro do Recife.

A mãe de Miguel, Mirtes Santana, era empregada doméstica no apartamento de Sarí e do marido dela, o então prefeito de Tamandaré (município do litoral sul pernambucano) Sérgio Hacker, à época do PSB.

Mirtes deixou o filho sob os cuidados de Sarí enquanto saiu para passear com o cachorro da patroa. Imagens de câmeras de segurança mostram que o menino ficou sozinho em um elevador e subiu do quinto ao nono andar do edifício, de onde caiu.

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A defesa da mãe de Miguel informou, na época da sentença, que pretendia recorrer da decisão por considerar a pena fixada abaixo do ideal.

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