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DESINDUSTRIALIZAÇÃO

Indústria brasileira tem nova queda no ranking mundial

O desempenho do Brasil em 2021 manteve tendência de perda de participação do país na produção global e, apesar de um tímido aumento no indicador de exportações, também segue em queda na lista dos exportadores de bens industriais.

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Imagem ilustrativa da notícia Indústria brasileira tem nova queda no ranking mundial camera Crescimento de 26,3% das exportações de bens industriais não deve impedir queda do Brasil no ranking mundial do setor. | (Foto: José Paulo Lacerda/Divulgação CNI)

A forte tendência de perda de competitividade do Brasil nos últimos anos se refletiu, mais uma vez, no desempenho da indústria de transformação brasileira no mundo em 2021.

Segundo os números do estudo Desempenho da Indústria no Mundo, divulgado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta sexta-feira (14), o país perdeu posição no ranking mundial tanto de produção como de exportações no último ano, quando comparado com o ano anterior.

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O levantamento de dados também avaliou os 11 mais importantes parceiros comerciais do Brasil: Alemanha, Argentina, China, Coreia do Sul, Estados Unidos, França, Itália, Japão, México, Países Baixos e Reino Unido. A China foi o que registrou o melhor desempenho na produção e na exportação de bens industriais.

Já o recuo da participação mundial do Brasil na produção industrial foi de 1,31%, em 2020, para 1,28%, em 2021, segundo a Organização das Nações Unidas para o Desenvolvimento Industrial (UNIDO, na sigla em inglês). Sendo assim, o país acabou perdendo espaço para a Turquia e caindo para a 15ª posição no ranking.

No que diz respeito às exportações mundiais de bens da indústria de transformação, a fatia de participação brasileira cresceu de 0,77%, em 2020, para 0,81%, em 2021, de acordo com a estimativa da CNI. O aumento, no entanto, não deve ser suficiente para fazer com que o Brasil suba ou mantenha sua posição no ranking, o que deve levar o país a perder uma posição e passar de 30º para 31º lugar, sendo ultrapassado pela Indonésia.

“Para reverter essa trajetória de perda de participação nas exportações de bens industriais, precisamos de uma estratégia nacional de comércio exterior, que enderece os velhos desafios de competitividade como a burocracia e os resíduos tributários nas exportações e, ao mesmo tempo, amplie e aprimore nossas redes de acordos comerciais para evitar dupla tributação com parceiros estratégicos”, afirma a gerente de Comércio e Integração Internacional, Constanza Negri.

Apesar de melhora no desempenho nas exportações, Brasil perdeu posição

A especialista explica porque o aumento estimado pela CNI não deve ser suficiente para manter ou posicionar melhor o país no ranking mundial de exportações da indústria de transformação. “Apesar do aumento, o percentual está abaixo do registrado antes da pandemia de Covid-19 e não nos permite afirmar que o país conseguirá reverter a tendência de queda iniciada em 2012”, explica Constanza Negri.

Segundo a pesquisa, as exportações mundiais caíram 5,3% em 2020, e a estimativa da CNI indica um aumento de 20,4% em 2021. No Brasil, a queda nas exportações em 2020 representa mais que o dobro da média mundial (12,6%) e, para 2021, a estimativa é de um crescimento de 26,3%, acima da média global.

A situação permane-se a mesma quando o desempenho brasileiro é comparado aos de seus 11 principais parceiros comerciais, além do Brasil, a China, a Argentina e os Países Baixos devem registrar tímido aumento nas respectivas participações - os demais países, porém, que devem ter queda.

Considerando os parceiros comerciais do Brasil avaliados, a estimativa é que a Coreia do Sul, a Alemanha e o Japão registrem as maiores perdas de participação entre 2020 e 2021. Ainda assim, os dois últimos países devem se manter na segunda e na quarta posição no ranking dos maiores exportadores mundiais, respectivamente. Já para a Coreia do Sul, a previsão é que sejam perdidas duas posições no ranking, levando o país ao 8º lugar.

Participação do Brasil na produção mundial é a menor desde 1990

Em virtude da queda da participação brasileira na produção mundial da indústria de transformação, de 1,31% para 1,28%, o país passou a ocupa a menor fatia desde 1990 e mantém a tendência de queda desde 1996. O Brasil se manteve entre os 10 maiores produtores industriais do mundo até 2014, mas com a recessão de 2014 a 2016 e a desvalorização do real, perdeu posições para o México e a Indonésia; em 2018, foi ultrapassado por Taiwan e Rússia; e no dado mais recente, em 2021, perdeu espaço para a Turquia.

Na análise do Brasil e dos principais parceiros comerciais, a China e os Estados Unidos registraram os melhores desempenhos. Entre 2020 e 2021, a participação dos EUA no valor adicionado da indústria de transformação mundial cresceu de 16,59% para 16,76%.

No caso do valor adicionado da indústria de transformação, o Japão e a Alemanha registraram os maiores índices, em relação à perda de participação entre 2020 e 2021. No entanto, ambos mantiveram, respectivamente, a terceira e a quarta posição no ranking mundial.

O estudo aponta, ainda, que a Coreia do Sul foi ultrapassada pela Índia no ranking mundial e caiu para a sexta colocação. Em 2021, a produção industrial na Coreia do Sul diminuiu 2,32%, enquanto a Índia registrou aumento de 1,51%, segundo estimativa da Unido. A participação indiana cresceu de 3,11%, em 2020, para 3,16%, em 2021.

A China segue com o melhor desempenho

Entre os 11 principais parceiros comerciais do Brasil, a China teve o melhor desempenho tanto na produção como nas exportações mundiais da indústria de transformação em 2021. Em relação à participação nas exportações mundiais de bens da indústria de transformação, o país registrou aumento de 17,10%, em 2020, para 18,43%, em 2021, segundo estimativa da CNI, e lidera o ranking. Já na participação no valor adicionado da indústria de transformação mundial, entre 2020 e 2021 a China teve um aumento de 30,08% para 30,45%.

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