O sábado (29) foi marcado por passeatas e protestos contra o presidente Jair Bolsonaro. Diversas pessoas em vários estados do Brasil descontentes com o caminho avesso ao progresso que o governo toma, foram as ruas pedir o impeachment do presidente.
No Recife, a violência com que agiu a Polícia Militar, fez um homem que não participava do protesto ser atingido por um tiro de bala de borracha no olho esquerdo.
Daniel Campelo da Silva, de 51 anos, não participava da manifestação, e havia ido ao centro da cidade para comprar adesivos de carros, já que trabalha com o material.
De acordo com familiares de Daniel, ele foi levado ao Hospital da Restauração para ser socorrido, mas perdeu o globo ocular esquerdo.
Além de Daniel, outras duas pessoas também deram entrada no Hospital da Restauração: Jonas Correia de França e Ednaldo Pereira de Lima. Eles não tiverem as idades informadas.
Segundo o hospital, Jonas também foi ferido nos olhos e foi transferido para a Fundação Altino Ventura (FAV). Ednaldo foi atingido por uma bala de borracha em uma das pernas.
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Manifestações
Durante o ato contra o governo federal, a Polícia Militar de Pernambuco atirou balas de borracha e gás lacrimogênio contra manifestantes.
Na ocasião, a vereadora Liana Cirne Lins (PT) foi agredida por um agente público. No vídeo publicado em rede social mostra o momento exato em que o soldado dispara spray de pimenta no rosto da vereadora, que cai de imediato no chão.
O governador de Pernambuco, Paulo Câmara (PSB) se manifestou e repudiou o episódio. Ele informou que a Corregedoria-Geral da Secretaria De Defesa Social (SDS) já instaurou procedimento para instaurar os fatos. Segundo ele, os envolvidos na agressão da vereadora foram afastados.
“Sempre pratiquei, na minha condição de governador de Pernambuco, os mesmos princípios que defendo como cidadão e democrata. Repudiamos todo ato de violência, de qualquer ordem ou origem. […] O oficial comandante da operação, além dos envolvidos na agressão à vereadora Liana Cirne permanecerão afastados de suas funções enquanto durar a investigação”, afirmou o governador.
“Sempre vamos defender o amplo diálogo, o entendimento e o fortalecimento das nossas instituições dentro da melhor tradição democrática de Pernambuco”, prosseguiu.
A equipe de Liana Cirne explicou ao Metrópoles que um grupo de advogados do mandato estava nas ruas, em plantão jurídico, para mediar e evitar ações arbitrárias contra os manifestantes. Com isso, eles ficaram sabendo que, próximo ao Palácio do Governo, a PM disparava balas de borracha e gás de pimenta contra as pessoas.
“A vereadora foi até lá para tentar dialogar com os PMs e evitar a violência, mas a resposta dos policiais foi o gás de pimenta”, afirmou o assessor da vereadora Pedro Ivo Bernardes.
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Bernardes diz que o gabinete vai prestar queixa do ocorrido. “Foi uma violência, uma truculência absurda e desnecessária. A manifestação estava ocorrendo de forma pacífica. Não havia necessidade de ter um batalhão de choque nas ruas”, afirmou.
Em sua rede social, Liana publicou que não se arrepende do que fez.
Não me arrependo por um segundo do que fiz. Estou sendo criticada por ser impetuosa. Mas se tenho uma carteira de couro com um brasão da Câmara Municipal, é para isso que ele foi feito!
— Liana Cirne Lins (@LianaCirne) May 29, 2021
O único carteiraço que vale a pena dar na vida!
Fiz e faria de novo! pic.twitter.com/3Vd1bh0gZQ
A vereadora recebeu os primeiros socorros dos próprios manifestantes. Em seguida, foi levada pela sua equipe a uma Unidade Básica de Saúde. Ela está bem, e terá que lavar os olhos com soro fisiológico durante o dia, devido à proximidade que o policial disparou o gás em seu rosto.
O Metrópoles solicitou um posicionamento da Polícia Militar de Pernambuco. Em nota, a corporação informou que não irá se pronunciar e que o governador do estado já se manifestou sobre o caso.
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