Entregar comida por aplicativos tem sido a única alternativa para obtenção de renda para muitos trabalhadores. Contudo, a precarização da atividade é gritante: não há qualquer direito ou garantia trabalhista; não há seguro contra acidentes, nem controle de jornada. Não há salário mínimo e, geralmente, as jornadas são longas e os ganhos são escassos. Todas as despesas são sustentadas pelo próprio entregador.
A realidade de precarização não é restrita ao Brasil. Em Portugal, um motoboy brasileiro está em coma induzido após ter sido agredido com socos por um cliente. O motivo das agressões teria sido a recusa do entregador em subir até o quinto andar para entregar o pedido de comida japonesa a um cliente. Revoltado porque teve de descer até a portaria para receber a encomenda, o cliente atacou o motoboy, que caiu desacordado.
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O próprio agressor chamou a polícia. O cliente de 34 anos foi identificado pela polícia como Isaac da Cunha. Ele foi encaminhado à delegacia, após uma manifestação de estafetas acontecer no local onde houve a agressão. Em vídeo que circula em grupos de WhatsApp de motoboys (estafetas, como são conhecidos em Portugal), Isaac aparece pedindo desculpas e se mostrando à disposição da família do motoboy para auxiliar no tratamento.
Segundo informações de colegas de trabalho, o caso aconteceu no domingo (23) à noite na região do Fogueteiro, Concelho do Seixal, próximo a Lisboa, capital de Portugal.
O motoboy brasileiro chama-se Hudson Bonsucesso Nazaré, que tem 32 anos e é de Belo Horizonte. Ele trabalha como entregador há três anos.
Segundo a esposa do motoboy, Raquel Nazaré, cuidadora de idosos, aquela era a última entrega do expediente de Hudson, que ainda se recupera de uma operação em um dos joelhos, feita há quatro meses. Hudson será submetido a uma cirurgia para drenagem de um coágulo sanguíneo no cérebro.
"A hemorragia foi estancada, mas está em coma induzido porque tem um pouco de sangue na cabeça e, assim, o corpo reage melhor. Foi muito grave. Não sei dizer como começou a confusão, só sei que foi rápido. Ele estava trabalhando e é muito injusto", disse a esposa da vítima ao Yahoo Notícias.
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