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COMBATE À COVID-19

OMS pede que quem já foi contaminado pelo coronavírus se vacine

A estimativa é de que quem já foi infectado desenvolveria uma proteção contra o vírus de cerca de seis a oito meses.

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Imagem ilustrativa da notícia OMS pede que quem já foi contaminado pelo coronavírus se vacine camera A recomendação é para que a vacina seja autorizada para todas as pessoas acima de 18 anos, com a vantagem de ser mais segura inclusive para grávidas. | Divulgação/BioNTech

A Organização Mundial da Saúde (OMS) orientou na última quarta-feira (17) para que brasileiros que já foram contaminados pela covid-19 sejam vacinados assim que possível para garantir uma imunidade contra as variantes do vírus. A recomendação foi feita por Alejandro Cravioto, presidente do Grupo de Conselheiros de Imunização da OMS, conhecido como SAGE.

De acordo com ele, de uma forma geral, há uma recomendação global para que pessoas que já foram infectadas pelo vírus esperem seis meses para serem imunizados. Isso seria, acima de tudo, um "gesto de solidariedade" diante da escassez de vacinas pelo mundo, permitindo que um número maior de pessoas esteja protegido.

A estimativa é de que quem já foi infectado desenvolveria uma proteção contra o vírus de cerca de seis a oito meses. No entanto, segundo Cravioto, em locais onde existe uma circulação de variantes do vírus que preocupam, a recomendação de esperar seis meses não deve ser seguida e a ordem é de que haja uma vacinação dessas pessoas, num período de no máximo de duas semanas a partir do fim da doença.

Entre os locais apontados pela OMS nessa situação está o Brasil, onde a mutação do vírus é considerada como "preocupante" por ser mais transmissível e mais letal. A mesma recomendação é feita para sul-africanos e americanos. "O problema no Brasil é a circulação da variante que realmente afetou Manaus e onde vimos um ressurgimento de infecções, mesmo depois que pessoas foram infectadas pela primeira vez", disse Cravioto.

"A questão de esperar para ser vacinado era uma questão de solidariedade", afirmou. "Já que não temos vacinas suficientes para todos e como temos de elevar a proteção mínima a um maior patamar da população, o que dissemos é que, como a proteção gerada pelo pelo vírus seria de cerca de seis ou oito meses, então sugerimos era esperar seis meses para que outros tivessem pelo menos uma dose", explicou.

"Assim, a imunidade de rebanho poderia ser atingida de forma mais rápida", disse Cravioto. "Mas com a circulação da variante, especialmente em local com forte circulação como Brasil, África do Sul e os EUA, decidimos que, nessas situações, não recomendamos esperar. Nem mesmo se a pessoa já foi exposta ao vírus", afirmou.

"Se você está num local onde a variante não circula e pode esperar, perfeito. Mas se está em um local com circulação da variante, então não recomendamos que se espere", completou o especialista. Ainda segundo o grupo de técnicos da OMS, mesmo uma só dose permite uma proteção maior contra uma possível reinfecção pela variante.

A OMS anunciou também a aprovação da vacina desenvolvida pela Janssen (Johnson & Johnson), para uso emergencial em todos os países e para a implantação na Covax, a aliança mundial de vacinas. O consórcio fechou um acordo para comprar 500 milhões de doses do imunizante contra a covid-19.

A recomendação é para que a vacina seja autorizada para todas as pessoas acima de 18 anos, com a vantagem de ser mais segura inclusive para grávidas.

Essa é a primeira vacina que prevê apenas uma dose para garantir a imunidade, o que abre a esperança para que a agência internacional amplie a distribuição de doses para os países mais pobres. Os demais produtos, como da Pfizer, AstraZeneca, Sinovac e outros laboratórios, exigem duas doses do imunizante para garantir a proteção.

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