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Meteorito de 4,6 bilhões de anos achado no Brasil indica origem do Sistema Solar

Meteorito encontrado em Curitiba tem a mesma composição química da formação do Sistema Solar

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Imagem ilustrativa da notícia Meteorito de 4,6 bilhões de anos achado no Brasil indica origem do Sistema Solar camera Na imagem, é possível ver os condrulos da rocha, que são esferas de minerais que medem de 2 a 4 milímetros | (Foto: Divulgação/FábioMachado)

Pesquisadores da Universidade Federal do Paraná (UFPR) estão analisando um meteorito que caiu em Curitiba em 1977 e que, desde então, estava sendo guardado como relíquia familiar. Com cerca de 4,6 bilhões de anos, a rocha é um condrito, ou seja, tem a mesma composição química de corpos celestes que se estruturaram no início da formação do Sistema Solar, como a Terra.

"Esses condritos têm uma importância científica fundamental, pois não passaram por um processo de diferenciação química. A composição deles é original, do início da formação dos planetas”, explicou Fábio Machado, professor do Departamento de Geologia da UFPR, durante entrevista para a imprensa . O estudo do meteorito pode ajudar os pesquisadores a investigar o processo de formação do nosso sistema.

De acordo com os especialistas, as chuvas de meteoros acontecem quando uma quantidade grande de detritos, como restos de cometas e partes de outros planetas, entra em contato com a atmosfera em alta velocidade, sendo a maior parte deles originária das órbitas de Marte e Júpiter. Ao entrar em contato com a atmosfera, chega aqui aqui menores do que um grão de areia, ou nem ao menos atingindo a superfície. No entanto, o encontrado em Curitiba tem 13 centímetros e pesa mais de um quilo. "Ele é diferente de tudo o que eu já vi antes", afirma o geólogo.

A rocha é considerada rara pois tem a forma orientada, isto é, ela é deformada por causa da velocidade com que caiu. “É como estar num carro dirigindo enquanto cai uma gota de chuva na janela. Quando o carro está em movimento, essa gota cai e fica com uma forma alongada. Foi o que aconteceu com esse meteorito”, conta Machado.

Na imagem, é possível ver os condrulos da rocha, que são esferas de minerais que medem de 2 a 4 milímetros
📷 Na imagem, é possível ver os condrulos da rocha, que são esferas de minerais que medem de 2 a 4 milímetros |(Foto: Divulgação/FábioMachado)

A universidade paranaense já começou a estudar o meteorito. Atualmente, dois pesquisadores estão se dedicando a investigar sua composição química, frequência mineralógica, temperatura alcançada durante sua entrada na atmosfera terrestre e alguns isótopos não convencionais. O próximo passo da pesquisa será comparar o material com rochas terrestres.

A previsão é que os resultados da primeira fase sejam divulgados em seis meses e, após um ano e meio, seja publicado o artigo final.

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