Com a prorrogação do prazo de suspensão das aulas por, pelo menos, mais duas semanas, pais e mães de alunos da rede particular de ensino têm questionado a necessidade de pagar mensalidade escolar. Esta dúvida, por sinal, repercutiu bastante ao longo desta semana, tanto que a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão ligado ao Ministério da Justiça e Segurança Pública, divulgou nota na qual recomendou aos pais e responsáveis que não peçam descontos - seja parcial ou integral - ou reembolso dos valores pagos para as instituições de ensino. O objetivo é evitar desarranjos financeiros nas unidades que já fizeram a programação anual. A nota reforça ainda que todas as escolas, públicas ou privadas, reponham as aulas e o conteúdo programático estabelecido pelo Ministério da Educação (MEC).
No Pará, o Sindicato dos Estabelecimentos Particulares de Ensino (Sinepe) reforçou que segue a resolução n° 102, do Conselho Estadual de Educação, que estabelece uma série de medidas sobre o que as escolas devem fazer neste cenário de pandemia da Covid-19. “As escolas estão se adequando ao atendimento domiciliar dos alunos”, disse a presidente da entidade sindical, Beatriz Padovani.
INTERNET
Essa adequação está relacionada ao que as unidades têm feito para dar continuidade no repasse de conteúdo, mesmo com os alunos distantes da sala de aula. É o caso, por exemplo, das aulas on-line e também da extensão do Ensino a Distância (EAD).
Questionada sobre a dúvida dos pais quanto ao pagamento total ou parcial da mensalidade, se deve ser feito ou não, Beatriz Padovani respondeu que neste momento as escolas precisam da parceria da sociedade e das famílias dos alunos. “As aulas estão suspensas, mas todos custos da escola estão mantidos. Aluguel de prédio, folha de pagamento de professores e funcionários, conta de energia elétrica e manutenção”, pontuou a presidente do Sinepe. “Sem contar os investimentos que estão sendo feitos para que as aulas continuem em diversas plataformas digitais. Está sendo feita uma seleção de mídias de acordo com o público, no caso dos alunos e séries. Os professores estão trabalhando para elaborar atividades físicas, mesmo ensinando à distância. Tem aula acontecendo ao vivo, diariamente, pelas redes sociais e estes custos estavam no planeamento das escolas.”
Padovani esclareceu ainda que as escolas também acompanham o cenário da pandemia para poder definir o calendário de reposição das aulas. “Esta semana o Ministério da Educação editou uma medida provisória que flexibilizou o calendário de aulas. É possível que a gente consiga fazer um planejamento que não sacrifique o período de férias, mas isso depende muito do que vai acontecer e quanto tempo vai durar o isolamento social”, avaliou.
Segundo a Senacon, não é cabível reduzir valores de mensalidades ou postergar pagamento. A secretaria reforçou ainda que as instituições não podem deixar de prestar os serviços contratados inicialmente. Caso os pais e mães queiram pedir o reembolso das mensalidades devem esgotar todas as possibilidades de negociação, a fim de minimizar ou cancelar as multas previstas em contratos.
Seja sempre o primeiro a ficar bem informado, entre no nosso canal de notícias no WhatsApp e Telegram. Para mais informações sobre os canais do WhatsApp e seguir outros canais do DOL. Acesse: dol.com.br/n/828815.
Comentar