
Muitos motoristas acreditam que rodar com o tanque quase vazio não tem grandes consequências para o carro, ou até mesmo que ajuda a economizar combustível. Mas será que isso é verdade? Ou a famosa “lorota de frentista” é real? Segundos especialista na área, quando o nível de combustível chega perto da reserva, problemas mecânicos podem surgir e, em alguns casos, custar caro para o proprietário do veículo.
O risco de manter o tanque sempre na reserva vai além do simples "desgaste". Especialistas explicam que, com menos combustível no tanque, o motor da bomba de combustível tende a aquecer mais, o que pode diminuir a vida útil dele. Além disso, a sucção de resíduos sólidos, frequentemente encontrados no fundo do tanque, se torna mais provável, o que pode danificar o sistema de combustível.
Em entrevista para o portal UOL, o engenheiro Erwin Franieck, do Instituto SAE4Mobility, alertou que outro perigo é a chamada “pane seca”, quando o motorista acredita que o combustível ainda está suficiente para o trajeto, mas na verdade o tanque já está vazio. Isso ocorre por falhas na indicação do nível de combustível, que pode ser imprecisa quando o veículo está muito próximo de rodar na reserva.
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Mitos sobre o abastecimento
Uma das grandes discussões é sobre o hábito de manter o tanque cheio para evitar sobrecarregar a bomba de combustível. Há quem acredite que isso seja uma prática mais saudável para o veículo, enquanto outros preferem esperar o tanque esvaziar completamente para abastecer novamente, alegando que isso permite utilizar combustível mais "fresco". No entanto, a diferença real entre essas duas abordagens é mínima, segundo os especialistas.
Marcelo Alves, professor da Politécnica da USP, explica que o mais importante é o padrão de uso do veículo. “Se o carro circula frequentemente, com consumo de dois ou mais tanques por mês, não há problema em abastecer várias vezes ao longo do mês. O que não pode acontecer é rodar com níveis muito baixos de combustível, o que sobrecarrega o sistema e pode causar danos mais rápidos”, afirma.
Por outro lado, para quem deixa o veículo parado por mais de 15 dias, a recomendação é manter o tanque cheio. Isso ajuda a evitar a oxidação do combustível, o que comprometeria a qualidade dele. Nesses casos, o uso de combustíveis aditivados ou com boa resistência à oxidação, como etanol e gasolina aditivada, pode ser uma boa opção para preservar o sistema de combustível do carro.
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A falsa economia da reserva
Outro mito popular é a ideia de que rodar na reserva pode representar uma economia de combustível. De acordo com os especialistas, na prática, esse comportamento apenas adia o gasto com abastecimento, mas não reduz o consumo de combustível.
“Quem diz que andar na reserva é uma forma de economizar combustível está equivocado. O consumo está diretamente ligado à quantidade de quilômetros percorridos, e não à frequência com que o motorista vai ao posto”, explica Franieck.
Dessa forma, a recomendação é evitar rodar frequentemente com o tanque na reserva. Isso não só protege o veículo, mas também evita surpresas desagradáveis na estrada.
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