A polêmica em torno do empate entre Clube do Remo e Chapecoense, por 1 a 1, pela 35ª rodada da Série B do Campeonato Brasileiro, ganhou novos capítulos fora das quatro linhas. O motivo é a súmula da partida, assinada pelo árbitro Bruno Arleu de Araújo (RJ), que relatou arremessos de objetos, sinalizadores e até uma invasão de campo no Estádio Baenão — fato que o delegado da partida, Flávio Goiano, nega ter ocorrido.
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De acordo com o documento oficial, foram registrados copos com líquidos e um sinalizador lançados em direção aos jogadores da equipe catarinense e à arbitragem. Além disso, o árbitro relatou que o delegado da partida teria informado uma invasão de campo de um torcedor após o término do jogo. No entanto, Flávio Goiano — identificado na súmula como “Flávio Cavalcante” — afirmou que jamais comunicou tal ocorrência e classificou o episódio como uma injustiça.
“Vi que o árbitro informou que iria citar o sinalizador e o arremesso de copo d'água e colocou que eu me dirigi ao árbitro da partida dizendo que era pra ele relatar uma invasão de campo de um torcedor do Clube do Remo. Jamais partiu da minha boca qualquer relato de invasão de torcedor. Isso é uma total inverdade. Quero deixar claro que isso não partiu da arbitragem local nem dos árbitros da partida. Partiu sim do senhor Marrubson Melo Freitas, o inspetor do jogo.”, declarou Goiano, em entrevista à Rádio Clube do Pará, no programa Cartaz Esportivo, na última segunda-feira (3).

“Uma situação única”
Segundo o delegado, o inspetor de arbitragem Marrubson Freitas teria impedido sua permanência na sala de conferência da súmula ao fim do jogo, o que ele considerou uma atitude incomum.
“Foi uma situação única. O senhor Marrubson veio com o intuito de prejudicar o nosso trabalho. Ao final da partida, pediu que eu, a Bel (coordenadora da CBF) e o Dimmy (supervisor de campo) não ficássemos na sala. Achei estranho, mas segui fazendo o meu trabalho. Depois, vi que haviam colocado na súmula uma informação que nunca dei”, relatou.
Repercussão na FPF e cobrança à CBF
A situação gerou forte repercussão dentro da Federação Paraense de Futebol (FPF). De acordo com Flávio Goiano, o presidente da entidade, Ricardo Gluck Paul, demonstrou indignação e pediu que o caso fosse levado formalmente à Comissão de Arbitragem da CBF.
“O presidente Ricardo ficou muito chateado com o que aconteceu. Pediu que eu enviasse um ofício relatando o caso, e o documento já foi encaminhado à Comissão de Arbitragem que já ligou para o Fernando Castro, da comissão de arbitragem da FPF, que tomou a par de tudo, de uma inverdade desse senhor. Também foi realizado contato com o diretor de competições da FPF, Del Filho, para entender o que realmente ocorreu”, afirmou.
Pedido de retificação e possível boletim de ocorrência
No ofício enviado à CBF, Flávio Goiano solicita que o inspetor retifique a súmula e assuma a responsabilidade pela inclusão da informação, caso tenha sido decisão própria. Ele também afirma que poderá registrar um boletim de ocorrência caso o erro não seja corrigido.
“Peço que ele retifique a súmula, ou assuma o relato em nome próprio. Mas não diga que fui eu quem informei algo que não aconteceu. Se ele não fizer isso, vou registrar um boletim de ocorrência e seguir com o processo. Espero que a Comissão de Arbitragem puna o senhor Marrubson, que divulgou uma mentira dessa”, concluiu o delegado.
Com a denúncia formalizada, o caso agora está sob análise da Comissão de Arbitragem da CBF, que deve avaliar os relatos e decidir se haverá retificação na súmula ou abertura de investigação sobre a conduta do inspetor da partida.
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