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Como o Paysandu pode sofrer com Fair Play Financeiro em 2026?

Com a chegada do Fair Play Financeiro, Paysandu pode enfrentar punições caso não ajuste suas finanças a partir de 2026. Entenda como esse mecanismo de controle financeiro obriga os clubes a serem mais sustentáveis e transparentes.

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Imagem ilustrativa da notícia Como o Paysandu pode sofrer com Fair Play Financeiro em 2026? camera Entenda o impacto do Fair Play Financeiro no Paysandu e como as novas regras da CBF podem transformar a gestão financeira dos clubes brasileiros. | Divulgação/Paysandu

Em meados de 2023, surgiram as primeiras manifestações sobre a necessidade da elaboração de mecanismos que possam controlar e fiscalizar as operações financeiras e administrativas dos clubes no Brasil. Mas foi em 2024 que o debate ganhou força, impulsionado por opiniões de mandatários de Palmeiras e Flamengo. Foi nesse momento que o termo “Fair Play Financeiro” ganhou destaque nacional. Mas afinal, o que seria isso? E como o Paysandu, que jogará a Série C em 2026, poderá ser impactado por esse novo mecanismo de controle?

O Fair Play Financeiro consiste num conjunto de regras a serem adotadas pelos clubes que visam garantir a sustentabilidade financeira das entidades. Em outras palavras, são obrigações que têm um único objetivo, que é evitar maiores endividamentos e calotes a outros clubes, jogadores e agentes esportivos. No entanto, elaborar um projeto dessa magnitude num país como o Brasil, com grandes clubes em todas as regiões e com históricos de más gestões, é um desafio que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu comprar neste ano.

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Com a chegada do novo presidente da CBF, Samir Xaud, veio a promessa de, enfim, haver um Fair Play Financeiro no Brasil. O escolhido para tocar esse projeto foi o vice-presidente da entidade e presidente da Federação Paraense de Futebol, Ricardo Gluck Paul. Este garantiu, em entrevista a ESPN, que modelos europeus adotados na Espanha e na Inglaterra não deverão ser adotados no Brasil, numa espécie de “copia e cola”.

A CBF deu início no dia 11 de agosto às discussões para a criação do primeiro Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF) do futebol brasileiro. A programação reuniu representantes dos 34 clubes e 10 federações inscritos para compor o Grupo de Trabalho (GT) que construirá coletivamente a proposta. Entre os clubes presentes, estiveram o Paysandu.

Como será o modelo?

Inicialmente, conforme adiantado pela CNN Brasil, o modelo adotado seguirá a linha de grandes ligas internacionais, como a Premier League e a Ligue 1, que dão preferência a medidas reativas, ou seja, tomadas após a ocorrência dos fatos. Com isso, os clubes receberão, num primeiro momento, uma espécie de "crédito de confiança" por parte da CBF.

Por outro lado, nem todos os torneios contam com esse tipo de respaldo da entidade nacional. Na Espanha, por exemplo, o enfoque está mais voltado à prevenção, buscando evitar que as equipes enfrentem desequilíbrios em suas finanças antes que a situação se agrave.

Segundo apurado pela coluna do jornalista Rodrigo Mattos, do UOL, o grupo de trabalho atua em quatro diretrizes básicas para o Fair Play da CBF:

  • Proibição de ter dívidas vencidas com atletas, outros clubes ou governo
  • Resultado positivo ou próximo de zero, isto é, sem déficit ou déficit limitado
  • Controle de gasto com elenco com percentual da receita
  • Controle de dívida de curto prazo

A ideia inicial da CBF é que o mecanismo já passe a valer para a próxima temporada, em 2026, em que a proposta é de uma implementação feita de forma gradual, em diferentes etapas, até alcançar todas as exigências do programa.

Como deve impactar Paysandu?

Em linhas gerais, um fair play financeiro é um conjunto de regras que impedem os clubes de gastarem mais dinheiro do que arrecadam. No caso do Paysandu, os impactos seriam incertos, diante do que se tem de informações até o momento; porém, pode-se projetar que o Papão poderá ter maiores problemas a partir do momento em que o mecanismo de controle estiver instalado.

Pois, o clube vem enfrentando suscetíveis endividamentos desde 2020, com uma tendência ainda maior para os próximos anos. Em 2023, o Papão fechou com um déficit de R$ 2,5 milhões, valor que saltou para R$18,8 milhões em 2024, um aumento de quase 9 vezes, valores que, levando em consideração a realidade atual, são muito graves. Até o momento o clube ainda não se posicionou acerca desses registros. E a tendência é de que os desafios aumentem ainda mais, com o rebaixamento para a Série C e uma queda de quase 83% na arrecadação para 2026.

Além dos consecutivos resultados negativos, levando em consideração os pilares que estão sendo utilizados para elaboração do fair play financeiro, os recorrentes atrasos salariais amplamente divulgados também, caso continuem em 2026, causarão sanções ao clube, que, a depender da constância, podem variar de multas, transfer ban ou até perda de pontos e rebaixamento.

O aumento das dívidas para pagamento num curto prazo também poderá ser um fator a ser analisado pelo fair play financeiro a partir de 2026. Essas são as principais causas de um sufocamento financeiro de um clube, podendo causar um colapso interno e inviabilizando determinadas ações.

Falta de Transparência no Paysandu

Com a falta do balanço de 2024, a análise se restringe até o ano de 2023, ano em que o clube divulgou suas informações no Portal da Transparência. A análise dos balanços financeiros de 2021 a 2023 revela uma trajetória de fragilidade nas finanças do clube. Até o momento, o balanço referente ao ano de 2024 ainda não foi publicado no Portal da Transparência oficial da instituição, descumprindo o prazo usual adotado por clubes de futebol no país.

O passivo circulante (dívidas para pagamento em até 12 meses) cresceu de forma expressiva. Em 2021, era de R$ 31,2 milhões, e em 2023 chegou a R$ 42 milhões – um aumento de mais de R$ 10 milhões em dois anos. Essa elevação aponta para maior pressão no curto prazo, com vencimentos imediatos se acumulando.

Entre os principais componentes desse passivo estiveram os fornecedores, que saltaram de R$ 4,1 milhões em 2021 para R$ 6,46 milhões em 2023. Os salários, férias e encargos sociais também subiram, de R$ 11,3 milhões para R$ 10,6 milhões (oscilando levemente), refletindo compromissos com o elenco e funcionários. Destaca-se ainda o crescimento expressivo dos adiantamentos de credores, que saltaram de R$ 6,6 milhões em 2022 para R$ 11,56 milhões em 2023, um aumento que pode estar ligado a antecipações de receitas futuras, como direitos de TV ou patrocínios, tais ações que vêm sendo comuns dentro do Paysandu.

Como já abordado, o controle das dívidas de curto prazo também será um dos pilares para o mecanismo de fiscalização por parte da CBF, e levando em conta o histórico do Paysandu até 2023, este deverá ser outro ponto a ser analisado e equacionado a partir de 2026.

Por outro, esta poderá ser a última oportunidade do Paysandu, enfim, passar a ter uma administração minimamente competente e profissional, pois, a partir de 2026, haverá regras e punições claras para evitar que o que vem sendo feito com o clube nos últimos anos permaneça. O futebol moderno não tolera mais o amadorismo, e o fair play financeiro vem com a esperança de acabar de vez com isso.

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