Thiago Wild conquistou uma vitória histórica em Roland Garros, ao derrotar o segundo colocado do ranking mundial, Daniil Medvedev, na primeira rodada do torneio. O brasileiro, que ocupa a 172ª posição na ATP, mostrou muita garra e superou o favorito russo em cinco sets, com parciais de 7/6, 6/7, 2/6, 6/3 e 6/4.
O feito de Wild chamou a atenção do mundo do tênis, mas também trouxe à tona um assunto delicado: o processo por violência doméstica que ele enfrenta na justiça contra a ex-mulher Thayane Lima.
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A influenciadora digital acusou o atleta de agressão física e psicológica em 2020 e também de ter atitudes machistas, racistas e nazistas. O processo corre em segredo de justiça no Ministério Público do Rio de Janeiro, mas os oficiais de justiça afirmam que não conseguiram localizar o tenista em três tentativas de intimação no endereço dele.
Entrevistada pelo jornal "O Globo", Thayane declarou como se sente diante do sucesso repentino do ex-marido no esporte.
"Foi uma surpresa ver tanta repercussão porque as pessoas esquecem. Ele estava melhorando no tênis e ninguém comentava mais sobre isso (processo). Eu não o sigo, não me importo, então nem sabia que ele tinha ganhado. Mas depois que ele foi grosso com um jornalista alemão que perguntou sobre o processo, muita gente me procurou. Imagina como ele me tratava, se foi arrogante numa entrevista mundial?", declarou.
A influenciadora também disse que ficou revoltada com a fama repentina do ex-marido após o resultado surpreendente. Segundo ela, o público está ignorando o passado problemático dele por causa de uma vitória no tênis.
"Fiquei revoltada, confesso. Porque na época eu fui muito clara e mostrei as coisas que ele fez comigo, pelo Instagram. Mostrei com autorização da minha advogada a questão da violência física e psicológica. Mas também prints de mensagens dele com conteúdo machista, racista e nazista. Gente, é muito absurdo. Tudo isso é "esquecido" porque ele venceu uma partida? Ele virou a melhor pessoa do Brasil? O Brasil o aplaude?", questionou.
OMISSÃO DA ATP
Thayne Lima também questionou a conduta da Associação dos Tenistas Profissionais (ATP) por não tomar nenhuma medida contra Wild, que disputa campeonatos normalmente. Ela acha que a entidade deveria se manifestar sobre o caso.
"Não entendo como a ATP deixa ele jogar. Deveria ter alguma posição sobre isso. Até para ser motorista de aplicativo é preciso apresentar antecedentes criminais. E um dos alicerces do esporte não é ser contra a violência? Se ele foi denunciado em seu país, por que não o coloca na geladeira? Não estou falando em banimento, estou falando em esperar pelo processo", ressaltou.
Na França, Thiago Wild continua com o bom desempenho. O triunfo sobre Medvedev, foi o primeiro de um brasileiro contra um top 5 em Roland Garros desde 2004. O tenista volta às quadras do Grand Slam de Paris neste sábado (3), contra o japonês Yoshihito Nishioka, pela terceira rodada do torneio.
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