Para lavar a alma leonina
Foi a vitória mais importante do Remo no campeonato. Com um categórico 3 a 1 sobre o Cruzeiro, o time afastou a urucubaca que já durava cinco rodadas e chegou a 41 pontos na classificação, ficando a um passo de assegurar de vez a permanência na Série B. O curioso é que o primeiro tempo azulino foi irregular, com muitos passes errados e poucas ações ofensivas. Na etapa final, o time cresceu de rendimento e foi extremamente objetivo nas finalizações, o que lhe garantiu uma vitória grandiosa.
Na maior parte da etapa inicial, o Cruzeiro mandou no jogo, tocando a bola e tendo o domínio das ações – 60% a 40% de posse. Foram 11 chutes contra apenas 5 do Leão, mas os mineiros eram pouco certeiros nas finalizações, vacilando nos arremates. Ainda assim, o goleiro Tiago Coelho foi a grande figura do Remo neste período da partida, com três grandes defesas em chutes de Geovani, Lucas e Vítor Leque.
Aos poucos, porém, mesmo com a condução de jogo pouco eficiente de Felipe Gedoz e Artur, o Remo se aproximou do ataque com jogadas puxadas por Lucas Tocantins. E logo no segundo chute a gol a bola entrou. Lucas Siqueira disputou rebote pelo alto dentro da área do Cruzeiro e Anderson Uchoa mandou um tiro rasteiro no canto esquerdo, sem chances para Fábio, aos 39 minutos.
O Remo só não levou a vitória para o vestiário porque aos 45’ o auxiliar inventou um toque de mão de Raimar e, na cobrança, o atacante Vítor ajeitou com o braço para o zagueiro Eduardo Brock empatar. Depois de muita discussão, consulta ao VAR e resenhas diversas, o gol cruzeirense foi confirmado. Irritado, o técnico Felipe Conceição reclamou bastante e acabou expulso quando a partida ia recomeçar no 2º tempo.
Com ações de lado a lado buscando o gol, a partida reiniciou mais equilibrada. O Remo saiu da postura cautelosa e passou a avançar suas linhas. Até Gedoz, por incrível que pareça, começou a correr e cercar a saída de bola dos zagueiros do Cruzeiro.
Artur continuava improdutivo, Mateus errando muito e Lucas Tocantins pouco acionado, mas a atitude do Remo era outra. Aos poucos, com a sequência de falhas do Cruzeiro no meio-campo, a partida começou a pender para o lado azulino.
Melhorou ainda mais quando finalmente começaram as trocas. Lucas Tocantins foi substituído por Jefferson e Artur saiu para a entrada de Marcos Junior. Com isso, o Remo avançou ainda mais em direção à intermediária do Cruzeiro, que a essa altura já tinha Wellington Nem e Moreno no ataque. Nem chegou a fazer um gol, mas foi pilhado em impedimento na revisão do VAR.
A eficiência acabou premiando o Remo nos instantes finais. Com mais apuro na troca de passes, o time chegou ao segundo gol em jogada recuperada por Gedoz junto à lateral. Marcos Jr. tocou para Lucas Siqueira e este deu um passe preciso para Jefferson, que mandou no canto esquerdo da trave, fazendo 2 a 0, aos 40 minutos.
Quando o Cruzeiro ensaiava uma última reação em busca da igualdade, eis que o Remo deu o golpe definitivo. Aos 47’, dois minutos após ter entrado no lugar de Mateus Oliveira, o ala avançado Ronald recebeu passe açucarado de Marcos Jr. na linha do meio-de-campo. Avançou em velocidade e chegou à área batendo forte para as redes.
O 3 a 1 fez justiça ao esforço final do Remo no jogo. Redimiu também a equipe de Felipe Conceição de outros jogos que poderia ter vencido até com facilidade e acabou derrotada.
O resultado dá também novo ânimo para as rodadas finais, agora com muito mais tranquilidade. Com 41 pontos e na 11ª posição, o Remo precisa de dois ou três pontos para carimbar matematicamente a meta estabelecida desde o começo da competição: manter a vaga na Série B 2022.
Eficiência nas finalizações garantiu o triunfo
Poderia ter sido mais um jogo de final frustrante para os azulinos. Aliás, no final do primeiro tempo, com mais um erro de arbitragem, o time foi punido com o empate. Vieram à tona alguns dos muitos desacertos causados pelo VAR e por apitadores de campo desde o primeiro turno.
Nem isso tirou o foco da equipe. Aliás, nem a expulsão de Felipe Conceição abalou o time, que parece ter se fechado ainda mais em torno do objetivo de alcançar um resultado positivo no velho estádio Independência.
Os maus passos do meio-campo no 1º tempo foram amplamente compensados pela atuação objetiva e voltada para as ações de ataque da fase final do confronto. Para isso, as entradas de Jefferson, Marcos Jr. e Ronald contribuíram decisivamente.
Outros destaques da vitória foram o goleiro Tiago Coelho, cada vez mais seguro, e os zagueiros Romércio e Jansen. Lucas Siqueira, que andou perdido no início ao lado de Artur, cresceu junto com a evolução da equipe no segundo tempo.
A homenagem botafoguense ao eterno Anjo Torto
O Botafogo lançou ontem a camisa comemorativa aos 82 anos de nascimento do gênio Mané Garrincha, a Alegria do Povo, craque responsável direto pela conquista do Mundial de 1962 no Chile e ídolo maior do clube. Não é uma camisa qualquer.
Ela traz a marca característica do endiabrado ponta-direita. As listras são propositalmente inclinadas para lembrar o Anjo Torto e seu drible insuperável cortando sempre para os lados.
Desde já, a camisa é uma relíquia. Não será vendida. Será peça do Museu do Futebol para admiração dos fãs. Mané merecia mesmo um tributo tão carinhoso.
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