Em entrevista ainda no gramado da Curuzu, logo após a invasão de bárbaros no sábado à noite, o técnico Mazola Jr. mostrou lucidez e perspicácia para comentar que tudo é produto do estado de beligerância e ódio que campeia no país desde que a política do confronto virou prática diária, com demonstrações seguidas de menosprezo pela civilidade. É interessante (e animador) que alguém de um meio normalmente tão alienado tenha a exata noção do que acontece hoje no país dos insensatos.
Depois da exibição de truculência por parte de um grupo de supostos torcedores, que interrompeu a partida por 36 minutos, prejudicando aos que pagaram para estar no estádio e desrespeitando telespectadores, ouvintes e público em geral. Um ato isolado, mas pleno de significados no país que cada vez mais ama odiar.
Com a invasão, jogadores e comissões técnicas se sentiram ameaçados. Árbitro e auxiliares foram intimidados. Não deixa de ser assustadora a facilidade com que a turba conseguiu adentrar o espaço de jogo, passando pelo portão lateral e avançando até o centro do campo sem muito esforço.
Alguém armado ali poderia ter levado a uma tragédia de dimensões imprevisíveis. A rigor, depois do que se viu naqueles poucos minutos de surpresa e pânico, ninguém no estádio se sentiu seguro. Aos poucos, a polícia conseguiu restabelecer a ordem, embora com o pecado básico de não prender nenhum dos baderneiros – as imagens mostram que todos voltaram para a arquibancada e ficaram assistindo o jogo como se nada houvesse acontecido.
Pior foi constatar, horas depois do episódio, um esforço de banalização da violência. Houve quem visse atenuante no fato de a invasão não ter terminado em agressão a atletas e ao árbitro, como se isso merecesse o benefício da compreensão absoluta. Outro argumento passa-pano é de que o jogo, apesar da paralisação, foi finalizado normalmente.
Nada disso pode servir para relevar o ocorrido. Houve uma quebra da normalidade, uma afronta às normas de segurança e um ato deliberado (e provavelmente premeditado) de atentar contra a integridade dos personagens do jogo. Não por acaso, jogadores do PSC já manifestam a intenção de deixar o clube, receosos da radicalização de parte da torcida.
É claro que aquele grupo de turbulentos não representa a massa torcedora, mas a ação audaciosa (que permanece impune, apesar da apresentação de um B.O. protocolar) permite crer que a minoria é capaz de atos lesivos à segurança de qualquer um.
A essa altura, a previsível punição (de 1 a 10 jogos, mais multa) que o PSC irá sofrer pelas ocorrências não é a pior face do deplorável espetáculo de sábado na Curuzu. Pior é perceber que aqueles tempos brutos e sem lei do futebol de várzea estão aí, vivinhos da silva, a nos desafiar.
Reta final da Série B destaca goleiro remista
ORemo ostenta hoje a condição incômoda de quarto pior ataque da Série B. Em 31 partidas realizadas, só conseguiu marcar 25 gols, acima apenas de Brasil, Vitória e Londrina, times que ocupam hoje a zona do rebaixamento.
Por outro lado, o Leão sofreu 33 gols, o que lhe dá um lugar de destaque entre as melhores defesas da competição. No momento, tem a sétima colocação entre as defesas menos vazadas.
Muito do que foi feito na reta final do campeonato, na qual o Remo está sem vencer há cinco rodadas, pode ser creditado ao goleiro Tiago Coelho, substituto do titular e ídolo Vinícius, que se recupera de lesão.
Tiago teve boa atuação diante do Sampaio Corrêa. Depois, pegou pênalti contra o Brusque e fez excelentes defesas que impediram uma goleada naquela partida. Voltou a aparecer bem diante da Ponte Preta, domingo, garantindo a segurança da zaga em momentos cruciais.
É, sem dúvida, uma das boas notícias de uma fase pouco positiva do Remo no campeonato.
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