
Em um momento em que o futebol brasileiro se depara com crescentes desafios fora das quatro linhas — especialmente no que diz respeito à saúde financeira de seus clubes — a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) deu um passo importante rumo à profissionalização e à sustentabilidade da gestão esportiva no país.
A entidade máxima do futebol nacional anunciou na última terça-feira (17), a criação de um plano de fair play financeiro, com a proposta de envolver diretamente clubes e federações estaduais na construção de uma nova cultura de responsabilidade econômica.
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Ao todo, entre os clubes já confirmados no projeto, estão 16 representantes da Série A. São eles: Atlético-MG, Bahia, Botafogo, Red Bull Bragantino, Cruzeiro, Flamengo, Fluminense, Fortaleza, Grêmio, Internacional, Juventude, Palmeiras, Santos, São Paulo, Sport e Vasco.
Da Série B, além de Remo e Paysandu, estão América-MG, Athletico-PR, Avaí, Botafogo-SP, Chapecoense, CRB, Ferroviária, Goiás, Grêmio Novorizontino e Volta Redonda. As federações estaduais de Alagoas, Amapá, Goiás, Minas Gerais, Paraíba, Paraná, Santa Catarina e Sergipe também integram o grupo.
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REGRAS MAIS RÍGIDAS
A medida representa uma tentativa de romper com velhos vícios administrativos e criar um novo paradigma de governança no futebol brasileiro, aproximando-se de práticas já consolidadas em países europeus, onde regras rígidas impedem que clubes ultrapassem limites orçamentários. Por lá, o descumprimento das normas pode resultar em punições severas — incluindo sanções esportivas e restrições no mercado de transferências.
As reuniões para debater os pilares do projeto ocorrerão logo após o término do Mundial de Clubes. A partir do primeiro encontro, será dado um prazo de 90 dias para a elaboração final do Regulamento do Sistema de Sustentabilidade Financeira (SSF), que será coordenado pelo vice-presidente da CBF, Ricardo Gluck Paul.
Gluck Paul, que também é Presidente da Federação Paraense de Futebol (FPFPA), será o responsável por liderar o grupo de trabalho e destacou a urgência da iniciativa.
“Nos próximos dias, vamos concluir a composição do grupo com base nas manifestações recebidas, sempre buscando pluralidade e equilíbrio regional. A participação de todos será essencial para que possamos construir, com legitimidade e excelência técnica, um regulamento que fortaleça o nosso esporte. O futebol brasileiro precisa urgentemente de responsabilidade financeira. Não temos mais tempo a perder”, declarou ele.
O presidente da CBF, Samir Xaud, também reforçou o compromisso da nova gestão com a seriedade na condução dos assuntos estruturais do futebol nacional. “Nossa gestão será marcada por enfrentar com seriedade os problemas estruturais do nosso futebol. E, para isso, é fundamental criar um ambiente mais equilibrado e responsável financeiramente. Esse engajamento mostra que estamos no caminho certo: construindo juntos um futebol mais sólido e sustentável”, afirmou durante coletiva.
O objetivo do plano é claro: conscientizar os clubes sobre a importância de manter as finanças em ordem, evitar endividamentos crônicos e garantir um cenário mais justo e competitivo para o futuro do futebol brasileiro.
Com o envolvimento direto de federações e clubes, a proposta busca não apenas impor regras, mas construir de forma coletiva um sistema que seja tecnicamente sólido, juridicamente seguro e socialmente necessário para garantir o futuro do futebol nacional.
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