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JÁ TEM POLÊMICA

Parazão: clubes entram no TJD contra aumento de estrangeiros

"Só o Paysandu será beneficiado", diz presidente do Bragantino. Clubes dizem que Remo encabeça a ação, porém o Leão negou. Roger Aguilera, do Papão, comenta situação

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Imagem ilustrativa da notícia Parazão: clubes entram no TJD contra aumento de estrangeiros camera Parazão já tem a primeira polêmica do ano | Fernando Torres/AGIF

O Campeonato Paraense de 2025 ainda nem começou e a primeira polêmica já está rolando: o Santa Rosa entrou com um processo no Tribunal de Justiça Desportiva (TJD-PA) sendo contra o aumento do número de estrangeiros que podem ser relacionados nos jogos do Parazão. Bragantino e Capitão Poço devem acompanhar o Macaco-Prego na ação.

A medida foi tomada após a Federação Paraense de Futebol (FPF) atualizar o regulamento do Campeonato Paraense e aumentar este número de cinco para nove "gringos", seguindo a mudança feita pelo regulamento da Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

Surgiu a informação de que o Clube do Remo está encabeçando a ação, porém, a reportagem do DOL entrou em contato com a assessoria, que informou que o Leão Azul "está analisando a situação ainda", mas "não entrou" na justiça.

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Procurado pela Rádio Clube do Pará, o advogado do Filho da Glória e do Triunfo, André Serrão, disse que "ainda não há uma decisão por parte do Remo", e que os remistas estão "dialogando com a FPF e os demais clubes para definir o posicionamento."

Sendo assim, no momento, não procede à informação de que o Remo entrou com uma ação contra o aumento do número de estrangeiros que podem ser relacionados nos jogos do Parazão. Por outro lado, o Bragantino diz que a medida só beneficia o Paysandu.

"No dia do Congresso Técnico, isso já foi discutido e permaneceu o que era antes. Então, não podem fazer essa mudança. Eu nem sabia dessa mudança, fiquei sabendo pelo Remo, que ligou, e mais o Santa Rosa. Só vai beneficiar o Paysandu, que é só quem tem esse quantitativo dessa quantidade de jogadores. Acho que tudo que é acertado antes não sai caro. Se tivesse sido acertado no Congresso, poderiam colocar até 30, mas como não foi acertado, então deveriam ter feito uma consulta com os clubes. Não concordo. Só o Paysandu será beneficiado. Nosso posicionamento é não acertar, pois teve o Congresso Técnico. Lá foi discutido e permaneceu o número de cinco. Não tinha mais por que aceitar. Vamos esperar para ver o que vai ocasionar. Isso só vai beneficiar o Paysandu que já tem sete. É como sempre falo: parece que querem fazer o campeonato só para Remo e Paysandu. Todo tempo só para beneficiar os dois", disse o presidente do Bragantino, Cláudio Vagner, à Rádio Clube do Pará.

A assessoria de comunicação do Santa Rosa confirmou que o clube já entrou com a ação e que é o Clube do Remo quem está "encabeçando" toda a oposição para o aumento do número de estrangeiros que podem ser relacionados para os jogos do Campeonato Paraense.

Até o momento, o Paysandu é o clube que mais tem jogadores de fora do Brasil no elenco. Ao todo, são seis: Yeferson Quintana (Uruguai), Joseph Espinoza (Equador), Ramón Martínez (Paraguai), Pedro Delvalle (Paraguai), Matías Cavalleri (Chile), Benjamín Borasi (Argetina).

"A CBF libera nove atletas estrangeiros. A Federação (Paraense) deveria ter atualizado o sistema. Fez agora. Não tem nada errado. Só estava desatualizado. O TJD vai decidir. Não temos o que fazer", disse o presidente do Papão, Roger Aguilera, ao DOL.

FEDERAÇÃO PARAENSE DE FUTEBOL (FPF) SE POSICIONA:

O DOL entrou em contato com a assessoria de comunicação da Federação Paraense de Futebol. Na ocasião, a reportagem foi atendida pelo Diretor Jurídico da FPF, André Cavalcante. Abaixo, você pode conferir na íntegra a entrevista.

"Toda competição profissional possui, basicamente, dois regulamentos. Um é o Regulamento Específico da Competição (REC), que rege a competição em si, e tem o Regulamento Gerais da Competição (RGC) da Federação, que rege todas as competições dela, tanto profissionais quanto amadoras. Então, enquanto a primeira é discutida nos conselhos arbitrais, o RGC tem uma discussão exclusiva pela Federação, ou seja, é a Federação que determina as questões administrativas. Esse tema do número de estrangeiros já está há alguns anos no RGC e não no REC das competições. Se está no RGC, a competência é da Federação. Um dos clubes filiados, o Paysandu Sport Club, fez uma solicitação de ajuste. Por quê? Porque o RGC da CBF prevê o número de nove estrangeiros em cada competição. Então, entendendo que para uma preparação plena para a disputa do Campeonato Brasileiro da Série B, seria necessário que aqui tivesse a mesma regra, pois essa é a intenção do clube, que é manter os atletas para a Série B. E a Federação, como tem a missão de ajudar seus filiados, inclusive na preparação para as competições nacionais, entendeu por bem acatar o pedido a partir de uma série de critérios, entre eles de ainda não ter iniciado nem uma competição profissional, inclusive a decisão foi antes da Supercopa Grão-Pará. E aí, você pode irradiar essa decisão para todas as competições e, em segundo, por entender que precisávamos adequar o RGC da Federação Paraense de Futebol com o RGC da CBF, para propiciar uma preparação plena do nosso filiado.

"Pode-se dizer que qualquer clube pode ter nove estrangeiros no elenco. O Remo, Tuna Luso, Águia, todos podem ter, pois irão disputar as competições nacionais. Além disso, é preciso entender que essa decisão valoriza o campeonato, aprimora a parte técnica, pois essa é a finalidade da Federação. Por exemplo, no Campeonato Carioca, enquanto todos brigam, onde há cláusula específica que os clubes são obrigados a utilizar os times completos a partir da quinta rodada, aqui no Pará brigamos para que os clubes utilizem força máxima o tempo todo. Isso é atraente para a competição, para os patrocinadores, para a audiência e, principalmente, vai propiciar uma preparação plena dos nossos filiados.

Então, a Federação Paraense fez um parecer neste sentido, o presidente (Ricardo Gluck Paul) acatou o parecer. É uma decisão do presidente da Federação a partir de um parecer exarado pela assessoria jurídica, onde, no caso, fui eu que assinei. Então, entendemos que isso está dentro da legalidade. Logicamente, toda decisão ela agrada alguns e desagrada outros. Isso é normal. A gente prega na Federação pelo exercício pleno dos direitos. Se algum clube quiser questionar, vai questionar no âmbito legal, no caso, na justiça desportiva. Vemos isso como normal. Esperamos cada vez mais aprimorar o campeonato. Lembrando, se os clubes e isso já é uma determinação do presidente, entenderem que essa disposição precisa ir para o REC, não tem problema algum. Ano que vem colocaremos no REC e abriremos uma nova forma de discussão. Só que esse ano, era uma competência exclusiva da Federação"

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